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sábado, 27 abril 2024

CPMI do 8 de janeiro pode investigar igrejas a pedido do Psol

Foto: Edison Rodrigues/Agência Senado

Pastores comentam o polêmico caso; segundo a deputada Eliziane Gama, o foco da investigação será os autores intelectuais e os financiadores dos atos

Por Patricia Scott

Deputados do PSOL apresentaram requerimentos à CPMI do dia 8 de janeiro solicitando a convocação de evangélicos, no último dia 2 de junho, conforme o site do Senado. Isto porque eles relataram à Polícia Federal terem viajado a Brasília para a mobilização popular por meio de ônibus organizados por igrejas.

Nos documentos, encaminhados pelos deputados pastor Henrique Vieira (Psol-RJ) e Erika Hilton (Psol-SP), são citadas reportagens jornalísticas em que presos pela Polícia Federal alegaram terem sido financiados por diversos templos evangélicos. Como a Igreja Presbiteriana Renovada (MT), a Igreja Batista de Maceió (AL) e a Assembleia de Deus de Xinguara (PA).

O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, deputado Arthur Maia (União Brasil -BA), disse, nesta terça (6), que pedirá uma audiência com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O objetivo é para discutir o compartilhamento de informações entre o Supremo e a CPMI. Neste mesmo dia, ocorreu a 2ª sessão da CPMI, quando foi apresentado o plano de trabalho. 

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Durante a 1ª sessão da CPMI, realizada em 25 de maio, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora do colegiado, afirmou que o foco da investigação serão os autores intelectuais, como também os financiadores dos atos. Para a parlamentar, é “muito claro que houve planejamento e orientação prévia”.

Em busca de culpados

“Não tenho dúvidas de que o governo vai querer encontrar culpados, principalmente na ala da direita, pelo que ele chama de “golpe” contra a democracia que aconteceu no dia 08 de janeiro”, analisa o pastor José Ernesto Conti, da Igreja Presbiteriana Água Viva, em Vitória (ES), que acrescenta: “Nesta ala da direita, encontra-se a igreja evangélica que desde o primeiro momento sempre foi uma apoiadora do governo Bolsonaro. Logo aquela máxima é verdade: amigo do meu inimigo, é meu inimigo”.

Na visão do pastor, a grande questão não é se a igreja está envolvida, mas o que “eles” chamam de igreja. “O que importa é o que dirão, ou qual a narrativa que criarão para criminalizar a igreja evangélica. O que importa é que tentarão, de todas as formas, caracterizar que a igreja evangélica atuou de maneira efetiva para derrubar a democracia no Brasil.

O mais interessante nesse fato, segundo o pastor José Ernesto, é que em qualquer lugar do mundo com regime ditatorial, como China, Nicarágua, Cuba e Venezuela, a igreja evangélica é perseguida e aniquilada. No entanto, nos países democráticos, a igreja evangélica é livre. “O Brasil, seria o único lugar do mundo, onde a igreja evangélica quer destruir a democracia e estabelecer um regime de governo que lhe persegue e lhe destrua. Difícil entender essa igreja evangélica pela ótica do STF”.

Para finalizar, o pastor Conti cita as palavras dos apóstolos Paulo (2 Co 11.20 e 19) e Pedro (1 Pe 2.15): “Tolerais quem vos escravize, quem vos devore, quem vos detenha, quem se exalte, quem vos esbofeteia no rosto […] porque, sendo vós sensatos, de boa mente tolerais os insensatos. Porque é assim a vontade de Deus que, pela prática do bem, façais emudecer a ignorância dos insensatos”.

Sem revanchismo

Na avaliação, do pastor Jorge Linhares, da Igreja Batista Getsêmani, em Belo Horizonte (MG), não haverá revanchismo, porque não se justifica. “Virou-se a página das eleições. Então, agora tem que olhar para frente e caminhar em direção ao bem do Brasil, independente de cor partidária. É preciso visar o país”.

Ele afirma que não se deve nem cogitar perseguição às igrejas por conta do dia 8 de janeiro, já que elas prestam um grande serviço à sociedade, às famílias e a própria nação. “A igreja retira as pessoas das drogas, reconcilia casais, que se divorciados enfrentariam consequências e, crianças, em muitos casos, ficariam desprotegidas. “Cada cristão é incentivado a ser um bom funcionário e um bom patrão”, diz e complementa: “Não há justificativa para que as igrejas sejam perseguidas. Seria uma clara demonstração de ignorância e revanchismo”.

O pastor Jorge Linhares acredita que esse momento passará. No entanto, ele diz que, se houver perseguição, eleição não ocorre somente uma vez. “Elas acontecem sempre”.

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