Nos últimos anos, leis e regulamentos foram aplicados no país, que ocupa a 16ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2023
Por Patricia Scott
Na China, a igreja é cada vez mais afetada pelo monitoramento do governo, que controla as comunidades de fé, independentemente de serem registradas ou não. Nos últimos anos, leis e regulamentos foram aplicados no país, que ocupa a 16ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2023. Alguns limitam diretamente a liberdade dos cristãos em praticar a fé.
Esses regulamentos, segundo Portas Abertas, colocam cristãos e igrejas em uma situação muito difícil. Um deles foi instituído em março de 2022. Ele é chamado de Medidas para a Administração dos Serviços de Informações Religiosas na Internet. Assim, fica estabelecido que grupos cristãos solicitem licença para hospedar conteúdos na internet.
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Segundo Portas Abertas, a internet é a área em que o governo chinês impõe controles rígidos de segurança, por meio de censura, bloqueio e remoção de conteúdo indesejado que pode influenciar opiniões sociais. “Alguns sites cristãos e contas de mídias sociais com alto tráfico na web foram rotulados como ‘conteúdo indesejável’ e bloqueados ou fechados”, divulga a agência missionária.
Os chineses representam o maior grupo de internautas em todo o mundo. São mais de 900 milhões. Eles regularmente trocam informação a partir da internet e das mídias sociais. Vale salientar também que a maioria das transações comerciais na China ocorre de forma digital, mesmo nas áreas rurais.
Relatório da Freedom House sobre liberdade na internet, de 2022, aponta a China como “não livre”, listando o país como “o pior abusador da liberdade da internet no mundo” durante oito anos consecutivos.
O relatório afirma ainda que “usuários convencionais enfrentam severas repercussões legais e extrajudiciais para atividades, como compartilhar novos stories, falar sobre crenças religiosas ou se comunicar com membros da família ou outros no exterior”.
Uma forte redução da liberdade é vista em todos os setores da sociedade chinesa, inclusive na esfera religiosa. Isso ocorre desde que Xi Jinping assumiu a posição de secretário-geral do Partido Comunista Chinês, em novembro de 2012, e de presidente, em março de 2013.
Portas Abertas diz que o objetivo declarado do governo é manter a estabilidade do país, para a manutenção de uma “sociedade harmoniosa e pacífica”. Para consolidar o poderio, Jinping promove a sinização, que é a pressão aplicada por autoridades chinesas a todas as etnias no país. O objetivo é que todos adotem a cultura, o pensamento político, a língua e identidade cultural da etnia majoritária han.
“Uma campanha de sinização da religião ocorre em todo o país como uma tentativa de tornar a religião mais ‘chinesa’ e remover os elementos ‘estrangeiros’”, afirma Portas Abertas, que apoia cristãos chineses. Além das orações, a ajuda contínua possibilita que eles permaneçam firmes em meio a circunstâncias adversas. As doações garantem que os seguidores de Jesus na China sejam fortalecidos por meio de discipulado e literatura cristã.