25.9 C
Vitória
sexta-feira, 3 maio 2024

Abraão, o pagão!

Por José Ernesto Conti 

Outro dia, em um estudo, afirmei que quando Deus chamou Abraão, ele era um pagão. Quando terminei, algumas pessoas vieram e questionaram minha afirmação, pois as referências de Abraão na Bíblia o chamam do Pai da Fé.

Abraão era um caldeu de origem semita, que possuía um sistema religioso politeísta e como a maioria das religiões antigas, tinham suas divindades ligadas às forças da natureza. Eram deuses criados pelo próprio ser humano e que “exigiam” ser agradados e bajulados, sob risco de trazer maldições.

Desde Abraão até hoje, passaram vários milênios, mas o ser humano continua agindo da mesma maneira, ou seja, criando deuses conforme suas necessidades, afinal precisamos culpar alguém pelos nossos fracassos, ou, enaltecê-los pelas nossas inesperadas vitórias. Os “deuses” criados por nós (e muitas vezes são totalmente individuais e exclusivos) ainda hoje justificam os acontecimentos que estão fora de nosso controle.

- Continua após a publicidade -

Uma das principais razões para Deus ter feito uma aliança com Abraão foi para revelar-se como Ele realmente era, corrigindo assim a falsa visão que os homens tinham de uma divindade. Por isso, quando Deus se revela a Abraão, ele não oferece uma explicação doutrinária, não exige um tipo de adoração, não faz qualquer exigência de exclusividade, não pede para Abraão jogar fora seus deuses, não promete uma bênção ou uma fé cega, mas lhe faz uma proposta que se ele tivesse interesse de abrir mão de uma única coisa (ir para um lugar que Ele lhe mostraria), estava aberto um canal de comunicação direta.

Irracionalmente falando, Abraão topou e iniciou ali um processo revelacional que dura até nossos dias. Deus, desde o chamado de Abraão, fez uma aliança com aqueles que voluntariamente o seguem; por isso, vem paulatinamente se revelando, sem estresse, sem forçação de barra, sem exigir obediência cega, mas que deveríamos apresentar nossas vidas em “sacrifício” vivo, santo e racional, ou seja, diametralmente oposto com todas as outras divindades.

Resta uma última pergunta: Deus fez tudo isso para quê? Para trazer de volta o ser humano para junto de si. Esse é o único desejo de Deus. E, na verdade, todo ser humano sente falta de Deus. Por isso, enquanto não conhecemos o verdadeiro Deus, os criamos segundo nossa imagem e nem sempre a nossa semelhança, mas são os nossos deuses.

Ainda hoje, Deus continua chamando os “abraãos” a deixar tudo e ir para um outro lugar. Muitos não aceitam. Deus compreende. Mas, a todos que aceitam, Deus lhe promete uma aliança eterna para serem outra vez, filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu Nome.

José Ernesto Conti é pastor Presbiteriano e escreve todas às terças-feiras em Comunhão.

Mais Artigos

- Publicidade -

Comunhão Digital

Continua após a publicidade

Fique por dentro

RÁDIO COMUNHÃO

Entrevistas