Pergunta feita por anônima
Mesmo que exista blasfêmia, enquanto pecado grave, não existe “pecado imperdoável”. Essa expressão não é bíblica. Enquanto houver arrependimento no coração do homem, haverá perdão no coração de Deus.
O pecado contra o Espírito Santo é mencionado em três ocasiões específicas nos evangelhos (Mc. 3:28, 29; Lc. 12:10; Mt. 12:31). Diante da cura de um endemoninhado cego e mudo, a multidão que seguia Jesus indagou se não seria Ele, “porventura, o Filho de Davi” (Mt. 12: 23), os fariseus por outro lado, atribuíam a Satanás a obra que o Espírito Santo realizara através de Cristo: “Este não expele demônios senão pelo poder de Belzebu, maioral dos demônios” (Mt. 12: 24).
O orgulho e a autossuficiência os havia endurecido a ponto de não mais perceberem os milagres de Cristo como sinais operados pelo Espírito de Deus. Os fariseus rejeitaram todas as fases do ministério de Jesus e cada passo dado na rejeição de Cristo é um passo dado no sentido da rejeição do Espírito Santo.
Arrependimento é a condição básica para o perdão dos pecados. “Arrependei-vos, e
convertei-vos para serem cancelados vossos pecados” (At. 3:19). Quem produz o
arrependimento é o Espírito Santo. “Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado” (Jo.
16:7 e 8).
Sendo assim, podemos dizer que o pecado contra o Espírito Santo ocorre quando não há arrependimento, pois não há consciência do pecado.
- Não é que Deus não quer perdoar; é que o indivíduo não deseja mais o perdão.
- O perdão existe, foi garantido na cruz, mas a pessoa não o quer.
- A impossibilidade do perdão não está na parte de quem perdoa, mas de quem
necessita do perdão, a pessoa é quem não quer. - A blasfêmia contra o Espírito Santo não é resultado de um momento. É uma
sequência de decisões de resistência às admoestações, vindas do Espírito Santo, por
meio da Bíblia, dos sermões, dos conselhos, etc., que sistematicamente vão sendo
desprezadas. - A Bíblia nos mostra pessoas que cometeram esse pecado: O faraó do Egito (Ex 5 a 12);
Judas Iscariotes (Mt. 26: 21- 25); Ananias e Safira (At. 5:1-11); Corá, Datã e Abirão (Nm 16); Saul (1 Sm 28); Nadabe e Abiú (Lv. 10).
Conclusão
- A blasfêmia contra o Espírito Santo não é um tipo de pecado, afinal nenhum pecado
é, em si, imperdoável. Esse ato não é como adulterar, assassinar, mentir ou roubar, é
resistir conscientemente aos apelos do Espírito Santo. - Algumas pessoas vivem angustiadas por acharem ter cometido o pecado
imperdoável, por algo que fizeram, todavia, se alguém se aborrece com o pecado e teme o pecado imperdoável, isto em si é prova de que não cometeu o pecado
imperdoável. O simples fato de que as pessoas perguntam ansiosamente se
cometeram ou não o pecado imperdoável revela que certamente não cometeram. Se
tivessem cometido, com certeza, não estariam preocupadas com isso. Sua
preocupação é a evidência suficiente de que elas ainda estão abertas à direção do
Espírito. Alguns personagens revelam que mesmo pessoas totalmente degeneradas
podem voltar a Deus, se derem ao Espírito Santo a oportunidade de realizar a Sua
obra regeneradora, Sansão (Hb. 11:32) e Manassés (2 Rs. 21:1-18 e 2 Co. 33:1-20)
são bons exemplos. - Essa blasfêmia só consumará na morte porque enquanto há vida, há esperança.