Ter esse equilíbrio, principalmente no final do ano, é fundamental para que o trabalho dos colaboradores da igreja continue de forma satisfatória.

Por Cristiano Stefenoni

Nem só de trabalho vive a liderança da igreja. Além das obrigações eclesiásticas, cada pessoa que possui um cargo precisa lidar com seus problemas diários. E nem sempre os membros lembram que, por trás dos líderes que se dedicam a obra de Deus, há seres humanos que sofrem, se angustiam, ficam tristes e deprimidos. E ter esse equilíbrio, principalmente no final do ano, é fundamental para que o trabalho dos colaboradores continue de forma satisfatória.

Para saber se o líder da igreja entrou na fase do esgotamento, a empresária e psicóloga, Lisia Prado, sócia da House of Feelings, ressaltou alguns sintomas: “O conceito de esgotamento está relacionado ao cansaço, que pode ser dividido em três níveis: alerta, reestruturação e, por último, esgotamento. Essa última fase ocorre quando a pessoa começa a ter pensamentos negativos, falta de sono, ansiedade e irritabilidade, além de experimentar sintomas físicos como dores nos ombros, enxaqueca, alergias e gastrite”, explica.

Segundo a especialista, boa parte desse desgaste acontece por conta da frieza das relações, onde tudo tem sido resolvido por meio das redes sociais. “Em tempos de WhatsApp, o nosso estilo atual de vida está deteriorado, levando junto a saúde mental. É necessário, então, oferecer acolhimento e um espaço seguro para que o colaborador tenha uma válvula de escape para os seus sentimentos”, orienta.

Já a psicóloga Jessica Silva, da 3778, empresa especializada em saúde corporativa, a saúde mental da liderança nunca esteve tão afetada como atualmente. “A preocupação com a saúde mental é uma bandeira já consolidada deste século. Por isso, é preciso criar estratégias para cuidar dos colaboradores. A oferta de acompanhamento psicológico, um ambiente saudável e treinamento são alguns exemplos”, afirma.

Aliás, pessoas que se dedicam demais a algum trabalho, como na igreja por exemplo, e que não possuem períodos de descanso e descompressão, podem fazer parte das estatísticas ruins. Uma pesquisa realizada entre os clientes da 3778 apontou que 78% dos afastamentos médicos de 2021 e 2022 foram por transtornos mentais, na maioria das vezes, por conta do estresse e da ansiedade oriundas do excesso de trabalho.

Para ajudar tanto a liderança como os membros que têm cargos na igreja a aliviarem o estresse nesse fim de ano, Comunhão separou algumas dicas importante, confira:

7 dicas para liderança da igreja aliviar o estresse

1. Não tente fazer tudo sozinho, principalmente nessa reta final do ano. Peça ajuda e distribua as tarefas.
2. Se há algo te incomodando, fale. Seja sincero, procure as pessoas envolvidas no processo e converse, educadamente, sobre o assunto.
3. Trabalhar na igreja é, antes de tudo, uma forma de honrar e agradecer a Deus pelas bênçãos recebidas. Então, se para você isso se tornou uma fonte de estresse e tristeza, alguma coisa está errada. Avalie e busque a mudança.
4. É para isso que existem as escalas na igreja, para dar tempo de todos que têm cargos terem seus momentos de descanso. Então, faça uma agenda eficaz e se esforce para cumpri-la.
5. Boa parte do cansaço dentro da igreja é reflexo de um estilo de vida cansativo fora dela. Então é importante avaliar a qualidade e a quantidade de horas dormidas, como anda a alimentação, o controle das dívidas, o relacionamento familiar, entre outros fatores.
6. Uma coisa é abrir mão de um cargo na igreja por preguiça. Outra bem diferente é dar um tempo por conta do cansaço e do estresse. Se esse for o seu caso, avalie, converse com o pastor da igreja e diga que precisa de um tempo para repor as energias. Mas faça planos de voltar a ajudar assim que possível.
7. É fundamental separar tempo a sós com Deus, meditar em sua Palavra, abrir o coração por meio da oração. A presença do Senhor em nossas vidas traz uma paz que nada nem ninguém pode dar.