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sábado, 4 maio 2024

As quatro lições da Oliveira para a vida

As quatro lições da Oliveira para a vida

Por Joarês Mendes de Freitas

Árvores estão presentes em toda a Bíblia, da primeira página no Gênesis até a última no Apocalipse. As três espécies que mais aparecem nas Escrituras são a videira, a figueira e a oliveira. Algumas vezes estas são citadas juntas como nos textos de Deuteronômio 8.8 e Habacuque 3.17.

Na Grécia antiga, a oliveira era considerada sagrada e a sua cultura ainda está presente em quase toda a região do Mediterrâneo. Nos dias de Jesus as oliveiras compunham o cenário da Palestina, em especial da Galiléia, e os seus produtos faziam parte do cotidiano das famílias. O monte onde o Senhor prezava passar tempo em oração tinha esse nome. A figura da oliveira é muito ilustrativa e nos oferece algumas lições para a vida. 

Você também pode conhecer as lições da oliveira através do vídeo!

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1. A lição da DISCRIÇÃO – ao contrário de outras árvores como, por exemplo, as palmeiras imperiais e os cedros do Líbano, que alcançam grandes alturas e seus troncos são retilíneos, a oliveira é uma planta nada imponente, relativamente baixa com o caule sem simetria, esparramado e retorcido. Não é um arbusto que chama a atenção. Na parábola de Juízes 9, a oliveira é convidada a se tornar a líder das árvores, mas recusa a distinção. Relevância e protagonismo não dependem de aparência, de holofotes ou aclamação. A discrição é uma virtude dos sábios.

2. A lição da PERENIDADE – A videira, também frequente no texto bíblico, tem uma vida produtiva relativamente curta, entre 20 e 40 anos, enquanto uma oliveira pode dar frutos por milhares de anos. Estudos em algumas das 8 oliveiras do Getsêmani, em Jerusalém, atestaram a idade delas em 900 anos e o fato de que possuem DNA idêntico, ou seja, têm origem numa mesma matriz. A árvore tida como a mais antiga de Portugal é uma oliveira que fica em Santa Íria de Azóia, no município de Loures. Ela conta 2850 anos e o perímetro da sua base mede mais de 10 metros. Há pessoas cuja influência e contribuição passam rapidamente e outras que continuam marcando as gerações, mesmo após a sua morte.

3. A lição da RESISTÊNCIA – algumas vezes vi plantações de oliveiras verdejantes e produtivas em terrenos degradados, cheios de pedregulhos. Em certas regiões, essas plantas enfrentam temperaturas extremas. As oliveiras possuem grande capacidade para prosperar em ambientes hostis. Por isso, a sua madeira é extremamente resistente e muito usada para a confecção de pequenos objetos de decoração (souvenirs). Os desafios e as dificuldades que enfrentamos na vida podem fazer de nós pessoas muito mais fortes e resilientes.

4. A lição da UTILIDADE – o que agrega maior valor à oliveira é o azeite produzido a partir do seu fruto. Supõe-se que desde 10 mil anos a.C. esse óleo vem sendo usado para diversos fins, seja na alimentação (Êxodo 29.40), como combustível (Êxodo 27.20, Mateus 25.1-13) ou ainda unguento medicinal (Lucas 10.34). Para obtenção desse produto tão útil e valioso, as azeitonas são prensadas, espremidas ao extremo. Daí, inclusive, vem o termo Getsêmani (prensa de azeite), o lugar onde Jesus agonizou em sua oração de entrega para nossa redenção. Muitas vezes, o melhor de uma pessoa, a sua maior contribuição para o mundo é extraído através de experiências dolorosas.

CONCLUSÃO
As árvores são essenciais para toda forma de vida na terra. Muito além dos seus frutos e da sua sombra, através do processo de fotossíntese, elas purificam o ar que respiramos. Também regulam a temperatura e preservam os mananciais. Quando olhamos para as oliveiras, em especial, aprendemos lições como discrição, perenidade, resistência e utilidade. Virtudes necessárias a cada um de nós.

Joarês Mendes de Freitas, pastor emérito da Primeira Igreja Batista em Jardim Camburi, Vitória, ES.

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