O indígena Silvério Orewawe, de 34 anos, se mudou do Mato Grosso para o Rio de Janeiro para se dedicar aos estudos na faculdade de Letras com o propósito de traduzir a Bíblia para o seu idioma de origem, o akuén
O estudante da Universidade Veiga de Almeida (UVA) conta que esse projeto vai além de um trabalho acadêmico. É evangelístico! Por meio da tradução, Orewawe pretende levar a Palavra aos conterrâneos da Reserva Indígena Parabubure, no município de Campinápolis (MT).
Silvério acredita que essa seja a sua missão, já que sua tribo tem raízes tradicionais na crença panteísta e mitológica. Ele afirma que o Evangelho de Jesus pode ser pregado de modo que respeite a cultura dos xavantes e demais povos indígenas e até mesmo purifique esta tradição.
“O Evangelho não destrói, ele purifica e valoriza a nossa cultura. Se eu for crente eu não minto, eu não bebo, não brigo e não fumo”, defende o missionário.
Orewawe espera usar a Bíblia na língua nativa para pregar na Igreja Evangélica Xavante, fundada dentro da aldeia pelos missionários e evangelizar na aldeia. Seu propósito é fazer com que mais indígenas se convertam ao Evangelho e sejam alcançados por Jesus.
A tribo
Os xavantes são um grupo indígena que habita no leste do estado brasileiro do Mato Grosso, com uma população estimada em 18 mil pessoas. Em 2005, dois missionários americanos terminaram uma tradução das escrituras para o akuén que demorou 46 anos para ficar pronta. Apesar do esforço foram encontrados muitos erros no trabalho. A nova tradução está sendo coordenada pela Sociedade Linguística Internacional e realizada por Silvério e mais dois índios xavante. Até agora, todo o Novo Testamento já foi concluído.