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sexta-feira, 26 abril 2024

Igrejas que influenciam

Ações educativas e de prevenção podem ser disseminadas a partir do maior engajamento da Igreja. Reunidos pelo menos duas vezes por semana, os evangélicos podem ser poderosos aliados para a mobilização em questões comuns a toda a sociedade

Inserida no meio da sociedade, convivendo com os mesmos problemas e desafios de qualquer cidadão, a Igreja tem ao longo dos anos atuado em determinadas frentes para minimizar algumas barreiras, sobretudo na área social, como no combate às drogas e na distribuição de alimentos e roupas.

No entanto, com a força que ela tem, até mesmo pelo número crescente de evangélicos, a Igreja poderia desempenhar um papel ainda mais relevante, influenciando em áreas que vão além do plano religioso. São temas que afetam todos os moradores de uma cidade, sem distinção de idade, raça ou credo, como por exemplo: combate à dengue, limpeza pública, enchentes, coleta seletiva, mobilidade urbana, prevenção ao câncer de mama e próstata, e doação de órgãos.

Não há como fugir. No Espírito Santo, onde há mais de 3,5 milhões de habitantes, estatísticas comprovam que quase 40% da população são membros de alguma igreja evangélica. Isso representa mais de 1 milhão de evangélicos, que diariamente também estão sujeitos a serem picados por mosquitos Aedes aegypti, serem diagnosticados com câncer, diabetes, ficarem presos no trânsito por causa do excesso de veículos, serem vítimas de enchentes (que com simples ações poderiam ser minimizadas), sofrerem com a degradação do meio ambiente, etc.

Por que a Igreja não abraça essas causas, tornando-se uma aliada do poder público e sociedade, uma ferramenta mais direta e eficaz para se chegar a um número expressivo de cidadãos? E por que o próprio poder público não aproveita e utiliza formalmente essa instituição organizada para propagar ideias que vão gerar bem-estar para toda a cidade? Se um terço da população for informado e adotar algumas práticas pregadas por órgãos do Governo, um terço já estará mobilizado e ajudando a mobilizar.

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Essas análises e questionamentos serão levantados pela Revista Comunhão nesta reportagem e em uma série de outras matérias que vão abordar, nos próximos meses, o tema da Igreja como multiplicadora de conceitos e ações de interesse comunitário.

Igrejas que influenciam
Pastor José Ernesto Conti, da Igreja Presbiteriana Água Viva

O pastor José Ernesto Conti, da Igreja Presbiteriana Água Viva, no bairro Estrelinha, em Vitória, ressalta a importância de envolver os cristãos com essas questões. “Temos que, como Igreja, nos preocupar com as coisas que afetam o mundo, porque elas também nos afetam. E podemos ajudar com ações simples, como uma fala na hora do culto ou uma publicação no boletim. As reuniões das sociedades internas, como de mulheres, homens e jovens, também devem auxiliar, estimulando palestras sobre os assuntos que estão mais em voga”, detalha.

Hora do poder público se aproximar

Mas o pastor também ressalta que falta iniciativa do poder público para aproximar as ações educativas e preventivas das igrejas, o que seria uma importante estratégia para combater doenças e minimizar problemas da sociedade.

“Acredito que o Governo ainda não se atentou que grande parte da população está reunida em um só lugar: a Igreja. Então, se quiser falar com essa parcela grande da sociedade, é só falar com a Igreja. O poder público, inclusive, poderia desenvolver materiais informativos para os evangélicos, mas sem criar separação com o restante da população”, destaca Ernesto Conti.

Já o pastor Moisés Dias Júnior, da Associação Sul Espírito-Santense das Igrejas Adventistas, exemplifica com a campanha de doação de sangue a força e a diferença que a Igreja pode exercer na comunidade onde atua. “Imagina se o Governo criasse um banco de dados com os doadores de sangue das igrejas, e entrasse em contato quando fosse preciso? A doação de sangue é a prática de um mandamento de Cristo, que é amar ao próximo como a si mesmo. É obrigação da Igreja”, afirma.

Igrejas que influenciam
Pastor Moisés Dias Júnior, da Associação Sul Espírito-Santense das Igrejas Adventistas

O pastor ainda acrescenta: “Podemos ajudar multiplicando essas ideias, fazendo os membros entenderem a importância de participar ativamente da sociedade, influenciando, opinando e agindo. O problema é que o poder público não tem estendido a mão para as igrejas, ou então ignora o poder delas. Se o Governo enxergasse isso, teria um importante aliado. Digo isso levando-se em conta ainda as igrejas católicas, que poderiam exercer uma ação eficaz também”.

São medidas simples, que podem aparentemente estar longe do papel da Igreja, de evangelizar, mas que cumprem exatamente as orientações bíblicas de amar ao próximo e cuidar do mundo criado pelas mãos de Deus.

Esta matéria foi publicada originalmente em 7 de maio de 2017, no portal da Revista Comunhão. As pessoas ouvidas e/ou citadas podem não estar mais nas situações, cargos e instituições que ocupavam na época, assim como suas opiniões e os fatos narrados referem-se às circunstâncias e ao contexto de então.

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