25.5 C
Vitória
sexta-feira, 26 abril 2024

Fabiana Bertotti prestigia redação da Revista Comunhão

No Estado para lançar seu livro “Confissões de uma Viciada em Internet”, a jornalista, escritora e blogueira Fabiana Bertotti veio à redação da Revista Comunhão e bateu um papo descontraído, revelando que teve crise de abstinência logo que deixou de usar celular, a fim de se “libertar” da Internet.
Há quase nove meses sem mexer no aparelho, ela contou que teve palpitações, ficou angustiada e até ouvia o toque do celular, exemplos de sintomas, que, segundo ela, são comuns em pessoas que têm qualquer outro tipo de vício.
O lançamento do livro será no próximo domingo (30/11), na Igreja Adventista Central de Vitória (atrás da Rede Gazeta), a partir das 16 horas, com entrada franca.
Confira abaixo, a entrevista na íntegra:

Revista Comunhão: Quem é Fabiana?
Fabiana: É uma pessoa bem normal, que tem uma família muito normal, que gosta muito de escrever, de viajar e que gosta de contar isso para todo mundo. Basicamente eu gosto muito de conversar… Eu gosto de provocar, de fazer as pessoas pensarem. Acho que esse canal (o canal no You Tube) é um pouco de disso, é a Fabiana real, que gosta de conversar, que gosta de falar com as pessoas: “Gente, já pensou nisso? Já parou para pensar nisso?”.

Revista Comunhão: Como surgiu a ideia de publicar vídeos na Internet?
Fabiana: A ideia do blog, na verdade, não foi minha, foi dos meus amigos que trabalhavam comigo numa produtora, isso já tem três anos. Eles falavam “por que você não faz uns vídeos, por que você não faz um blog?” Eu não pensava em fazer porque eu não acompanhava You Tube, eu não acompanhava blogs, eu não entendia esse ambiente, então pensava “o que vou falar?” Como sou jornalista – eu apresentava um programa de TV sério, um jornal convencional – eu tinha um pouco de receio porque eles falavam: “seja uma Fabi real, porque a Fabi real é bem mais legal, pois a jornalista é muito chata”. Daí eu pensava na aceitação que as pessoas teriam dessa Fabi real. E há um ano eu resolvi ceder. Gravei o primeiro vídeo. Não sabia gravar direito, porque é desconfortável estar na sua própria pele. Quando você é jornalista, você não é o que está em evidência. Você fala das notícias, das pessoas, dá informação. Você não emite sua opinião, você não se expõe de verdade. No blog não, no blog é a Fabiana real, que está dando a opinião dela, que vai “apanhar” por certos motivos, que vai ter gente que não gosta, que vai ter gente xingando. No blog, não é uma jornalista que está falando, é uma pessoa que está dando opinião e alguém pode discordar. Então, eu comecei faz um ano e no fim deu certo.

Revista Comunhão: Você imaginava essa repercussão?
Fabiana: Nossa, nunca! Quando a gente começou a fazer, os primeiros cinco foram meus amigos que editaram porque eu não sabia editar. Eu trabalhava na TV há muitos anos, mas como jornalista eu não editava. E eu me lembro que pensava “será que umas 100 pessoas vão ver?” Quando o primeiro alcançou mil pessoas em dois dias eu falei “uau, mil pessoas viram?” Eu já estava supersatisfeita. Eu ficava imaginado um auditório com mil pessoas… É gente demais! Para mim é a melhor coisa do mundo, é o maior sucesso que mil pessoas tenham visto! Eu não planejava isso porque não é minha fonte de renda, não é meu trabalho, mas acabei tendo muito trabalho em função disso. É um espaço que gosto para conversar com as pessoas. Eu sou cristã, acabava falando de assuntos cristãos. Nem era o objetivo. Quando começou, nem era para falar de coisas cristãs, de vida de crente. Era para falar de qualquer coisa, mas eu descobri que eu falo muito sobre crente. Mas nunca pensei nessa repercussão.

- Continua após a publicidade -

Revista Comunhão: E as críticas, como tem recebido?
Fabiana: São muitas e sempre negativas… Essa de crítica positiva é uma “conversinha” que as pessoas dão para tentar amenizar o veneno. Tem bastante crítica, mas também tem bastante elogio e muito carinho. As críticas são naturais porque a partir do momento que eu me exponho dando minha opinião, vai ter alguém que vai discordar. Eu posso ter a minha e ela pode ter a dela. Eu sofri muito nos primeiros três meses, quando as pessoas discordavam ou quando eram muito venenosas. Ai eu sofria e dizia “ai meu Deus, elas me odeiam!” Mas não é que elas me odeiam, é que elas precisam de alguém para odiar, elas precisavam dar a opinião delas, sobre a opinião que eu estava dando… Mas eu penso, uma pessoa critica, nove elogiam. Eu vou ficar mal por causa dessa uma pessoa que critica? É injusto com as nove que elogiaram. Então, eu não ligo muito para as críticas, não. Eu ouço e avalio se devo levar em conta… Crítica paralisa. Se a gente ficar pensando muito no que as pessoas estão nos criticando, a gente não faz nada. Vou falar sobre tal assunto, mas desse tema fulano vai falar mal, aí a gente deixa de fazer tudo.

Revista Comunhão: Sendo mulher de um pastor, a exposição contribuiu ou complicou a vida de vocês?
Fabiana: Eu acho que nem uma coisa nem outra mudou. A nossa vida ministerial não mudou em função disso, o que mudou foi o tamanho do assédio no sentido de busca de aconselhamento. Então, o que acontece muito em função do blog e das redes sociais é as pessoas buscarem conselhos, isso aumentou muito. A gente gasta um período do dia respondendo perguntas, virtualmente. Para responder cerca de 60, 70 mensagens por dia, eu gasto umas três horas diárias, porque a gente responde uma por uma. Eu recebo umas 200, 300 mensagens por dia. Eu leio todas, respondo todas. Acaba tendo muito aconselhamento ministerial. Algumas vezes tem dúvida teológica, que eu peço ajuda para o meu marido. Mas nosso ministério não mudou.

Revista Comunhão: Qual o conceito de mulher submissa?
Fabiana: O bíblico! O termo de mulher submissa para mim é o bíblico. É de uma mulher que antes de tudo sabe escolher seu parceiro, sob orientação de Deus, e por causa disso, por reconhecer em seu marido alguém que é cabeça da família como Deus propôs e que vai te amar, vai te respeitar, vai morrer por você como Cristo morreu pela igreja, aí eu vou ser submissa. Vou respeitá-lo. Ser submissa não é ser capacho, é ser companheira. Eu gosto muito da definição de companheirismo e de casamento de Gênesis. E é isso que eu sou com meu marido e é isso que eu tento aconselhar as mulheres a serem. Antes de tudo uma companheira, que respeita o homem que ela escolheu para ser seu. Então, não é ser capacho! É ser uma companheira, é respeitar e dar ao homem o lugar que Deus deu para ele. Nós temos o nosso lugar, que é de ser amada, respeitada e protegida. Então, quando uma mulher escolhe o homem conforme as leis de Deus, por que não ser submissa a ele? A submissão está condicionada também a uma proteção a um amor sem limite. Somos biologicamente diferentes dos homens, somos emocionalmente diferentes dos homens, nós somos complementares e não competidores.

Revista Comunhão: Quando se descobriu uma viciada por Internet e como faz para manter o equilíbrio hoje?
Fabiana: Eu me descobri viciada tem dois anos. Assumi meu vício há um ano. E eu decidi mudar algumas coisas. Uma delas foi abrir mão de celular por um período, porque ter Internet no celular me deixava muito conectada. Eu tive uma mudança na minha vida, eu mudei de país e isso me ajudou. Eu também limitei meu tempo na Internet para eu poder ser mais dona do meu tempo. O grande objetivo era esse, porque eu vi que eu perdia muito tempo online. Tive muitos prejuízos em termos de produção, lendo menos, estudando menos. Então, quando prestei atenção nisso, resolvi tomar algumas medidas. Para mim, foi fundamental abrir mão do celular. Até hoje eu não tenho e talvez eu volte a ter, mas há nove meses estou sem. E para mim foi a saída. Eu sofri com isso, eu tive crise de abstinência de verdade. Senti angústia, tive palpitação, ouvi celular tocando, senti celular vibrando, ouvi despertador tocar. Isso é mais real do que parece! Eu falo isso para as pessoas e elas dizem “ai, que exagerada”, mas tenta ficar sem celular por uma semana. É muito fácil achar que estou louca porque eu fiz isso, mas tenta experimentar… E é uma abstinência real. Eu entrevistei especialistas, conversei com pessoas doentes, que estão em tratamento em clínicas, e ouvi histórias. E todas elas me falavam a mesma coisa. Os especialistas são unânimes em dizer que “o vício digital atua no cérebro, na mesma região onde atuam outros vícios, como sexo, drogas, álcool. Então, a dependência é real! É uma dependência química e física. A gente não dá importância para isso porque é legal, é divertido (ter celular e Internet). E por ser uma coisa boa a gente não pensa nos riscos que ela (Internet) traz, nos riscos pessoais, emocionais – para os nossos relacionamentos – e espirituais, sobretudo os espirituais.

Revista Comunhão: Como elabora as dicas que dá no blog?
Fabiana: Basicamente pelas demandas dos leitores. Pedem para falar sobre casamento, divórcio, beleza, etc. Tenho influência dos leitores, pois, querendo ou não, é um segmento do segmento. É um blog para mulher cristã. Eu tento ajudar essas mulheres que não são contempladas em outros blogs.

Entre para nosso grupo do WhatsApp

Receba nossas últimas notícias em primeira mão.

- Publicidade -

Matérias relacionadas

Publicidade

Comunhão Digital

Publicidade

Fique por dentro

RÁDIO COMUNHÃO

VIDA E FAMÍLIA

- Publicidade -