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quinta-feira, 2 maio 2024

Para 76% dos brasileiros, licença-paternidade deveria ser maior

Foto: FreePik

Entre as mulheres, 75% apoiaram a ideia, enquanto 23% disseram ser contrárias

Por Patricia Scott

Pesquisa do Datafolha, divulgada no início de abril, revelou a maioria dos brasileiros (76%) considera que a licença-paternidade deveria ser maior. Os homens foram os que mais concordaram com a ampliação do direto para os pais: 77%. Os que discordaram: 21%. Entre as mulheres, 75% apoiaram o aumento da licença-paternidade, enquanto 23% disseram ser contrárias.

Atualmente, o direito dado aos trabalhadores com carteira assinada e servidores públicos de se ausentar do trabalho para ficar com o filho recém-nascido é de cinco dias corridos. A licença também se estende para casos de adoção. Já as mães têm direito a 120 dias de licença-maternidade.

Conforma o levantamento do Datafolha, a maioria dos entrevistados 69% ainda enxergam a mulher como a principal cuidadora dos filhos. Já 67% acreditam que pais e mães deveriam ter igual período de licença do trabalho.

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“A licença-maternidade é mais extensa devido à crença social de que a mãe é a principal cuidadora do bebê, mas é essencial mudarmos essa percepção”, afirma a psicóloga Rafaela Schiavo, pioneira da Psicologia Perinatal e da Parentalidade e fundadora do Instituto MaterOnline. No entanto, segundo a especialista, a transformação de mentalidade tem sido evidenciada.

Isto porque “os jovens, em particular, estão impulsionando essa mudança e acreditam nessa igualdade de licenças. Isso reflete o desejo de uma nova geração de homens por um envolvimento mais ativo na paternidade”.

Em contrapartida, a psicóloga ressalta que algumas mulheres, contrárias ao aumento da licença-paternidade, justificam que os homens não ajudarão nos cuidados com o bebê, farão bagunça em casa e também haverá aumento dos períodos de agressão. “Geralmente, esses pensamentos são de mulheres com baixa escolaridade e em situação de vulnerabilidade social”.

Por fim, Rafaela observa ainda que a igualdade não só ajudaria a nivelar o campo profissional, mas também promoveria uma divisão mais justa das responsabilidades.  “O impacto se estende ao ambiente de trabalho, onde mulheres enfrentam prejuízos em promoções e oportunidades devido à maior duração de suas licenças. Os homens, isentos dessa ‘responsabilidade de criação’, muitas vezes avançam mais rapidamente em suas carreiras”.

Entretanto, os empresários são os que menos concordaram com o aumento do período de licença-paternidade. Conforme o levantamento do Datafolha, no total, 67% declararam contrários à medida. 

Cabe destacar que, em dezembro de 2023, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou um prazo de 18 meses para que o Poder Legislativo faça uma lei para regulamentar a licença-paternidade no Brasil. Isso porque, até hoje, a licença-paternidade é um direito exercido com base em regra transitória da Constituição.

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