Para os vereadores da Cidade Imperial, a medida beneficia, principalmente os adultos e idosos, como também os deficientes visuais e auditivos
Por Patricia Scott [Diário de Petrópolis]
Em Petrópolis (RJ), uma lei determina a obrigatoriedade do uso das regras gramaticais da Língua Portuguesa. Dessa forma, fica vetada a chamada “linguagem neutra” em materiais didáticos e editais no município da Região Serrana.
A Lei Municipal 8.585/23 proíbe que bancas examinadoras de processos seletivos e concursos públicos utilizem na grade curricular, material didático e em editais novas formas de flexão de gênero. E os materiais didáticos adotados pela rede municipal de ensino deverão estar em conformidade com as normas legais de ensino estabelecidas nas orientações nacionais da Educação.
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A proposta é de autoria dos vereadores Octavio Sampaio, Mauro Peralta e Marcelo Lessa. “A língua de um povo é elemento indissociável da cultura, dos valores, da identidade e da história comum, não devendo ser modificada pelo uso da força ou do viés político-ideológico”, afirmou o vereador Octavio Sampaio.
O parlamentar também expôs a preocupação com o prejuízo aos disléxicos, deficientes visuais e auditivos. De acordo com Sampaio, eles “somam mais de 45 milhões de brasileiros e que serão atingidos em cheio. Os disléxicos, por exemplo, têm dificuldades de leitura, escrita e soletração, um problema que a linguagem neutra tende a piorar”.
Segundo a nova legislação, a “linguagem neutra” é toda e qualquer forma de modificação do uso da norma culta da Língua Portuguesa e seu conjunto de padrões, seja escritos ou falados. A intenção é anular as diferenças de pronomes de tratamento masculinos e femininos.
“Felizmente não seremos obrigados a gastar uma montanha de dinheiro, mudando nosso material didático e poderemos destiná-lo a outras pautas inclusivas, como a contratação de mediadores escolares para nossas crianças do espectro autista, surdez, cegueira ou qualquer deficiência”, ressaltou o vereador Mauro Peralta.
Para os vereadores de Petrópolis, a “linguagem neutra” traz graves dificuldades especialmente para adultos e idosos. “São pessoas que já estão adaptadas à nossa Língua Portuguesa. No final das contas, gera mais exclusão do que inclusão”, disse Marcelo Lessa.