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quinta-feira, 2 maio 2024

Uma compreensão abrangente do reino de Deus

“O reino de Deus não está limitado no tempo e no espaço. Ele abrange todas as nações, povos e línguas”

Por Joarês Mendes de Freitas

A mensagem central do evangelho é o reino de Deus. Ao iniciar o seu ministério, Jesus dizia: “O reino de Deus está próximo” (Marcos 1.15). Esse foi o seu tema recorrente até o final da jornada aqui na terra. Sobre ele, Jesus pregou, ensinou, ilustrou com parábolas, mostrou os sinais poderosos da sua presença e no clássico “Sermão da montanha”, capítulos 5 a 7 de Mateus, estabeleceu os seus valores fundamentais.

Mesmo com toda essa exposição, o real significado do reino de Deus e as implicações dele decorrentes nunca foram entendidos adequadamente, nem no tempo de Jesus, nem nos séculos subsequentes.

Os contemporâneos do Messias tentaram enquadrar o reino aos estreitos limites da sua nação, da sua religião e das suas tradições. Esse foi o maior embate que Jesus travou, sobretudo com os líderes do judaísmo.

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Quando é acusado de expulsar demônios por Belzebú em Lucas 11.20, Jesus afirma que o fazia pelo dedo de Deus e que isso era prova da chegada do reino. No entanto, ele ensinou seus seguidores a orar pela vinda do reino e recomendou que buscassem o reino (Mateus 6.10 e 33). Como entender essa aparente contradição?

A parábola do grão de mostarda em Mateus 13.31-32 nos ensina que o reino já veio, mas ainda não em sua plenitude. Ele é como uma pequena semente, que cresce e, no futuro, se tornará uma grande árvore.

O reino de Deus, presente no VT como uma promessa, teve a sua inauguração com a primeira vinda de Cristo e ele está presente no mundo, mas a sua consumação ocorrerá na segunda vinda. Ele veio de modo silencioso, invisível e gradual, mas então virá de forma repentina e dramática.

Para George Ladd “O reino é uma realidade presente conforme Romanos 14.17 e ao mesmo tempo, é uma herança de Deus para o seu povo na era por vir de acordo com Mateus 25.34. Agora o reino é um governo invisível, mas então será ostensivo e glorioso” (El Evangelio del reino, p.17).

Os contemporâneos de Jesus não reconheceram nele o Messias porque suas expectativas eram de um reinado político e exclusivo para o seu próprio povo. Jesus não se enquadrou nesse perfil e por isso foi rejeitado. Afinal ele mesmo disse a Pilatos: “O meu reino não é deste mundo” (João 18.36), ou dessa era. A manifestação plena e o triunfo final do reino são vistos em textos como Apocalipse 11.15-19 e outros, quando o governo de Deus será estabelecido de modo visível, poderoso e extensivo a toda a criação.

O reino de Deus não está limitado no tempo e no espaço. Ele abrange todas as nações, povos e línguas (conforme profetizado no Salmo 2 e visto no evento de Atos 2). Ele não está preso a uma tradição religiosa, seja ela qual for e não tem vínculos com qualquer ideologia de natureza política.

Billy Graham afirmou: “Não me importa que ideologias surgirão no futuro, o vencedor será o reino de Deus.”Jesus disse que o reino de Deus está entre nós, (dentro) de cada um dos seus súditos (Lucas 17.21). Assim, todo cristão é um representante do reino nesse mundo e onde ele estiver, ali o reino já chegou.

Por Joarês Mendes de Freitas, pastor emérito da Primeira Igreja Batista em Jardim Camburi, Vitória, ES.

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