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sexta-feira, 26 abril 2024

Um brinde ao Phileo!

O amor que nos conecta a uma outra pessoa e gera uma bela e forte amizade

Um brinde ao Phileo!Sem romance, sem paixão, mas com uma lealdade pouca vista nos relacionamentos. Assim é o amor phileo, uma maneira fraternal de amar, de gostar, de querer bem ao outro de um jeito descompromissado, desapaixonado, mas tão sincero que as virtudes dos laços da amizade podem durar uma vida inteira. Depois do imensurável ágape e do sedutor eros, Comunhão traz mais este capítulo surpreendente da série “As Formas de Amar”, lançada em março.

Para quem ama ao modo phileo, nada é mais importante que ver um sorriso no rosto da pessoa amada, seja um irmão ou um amigo. Neste amor, a felicidade de quem ama depende da felicidade do que é amado. Ele segura a mão, abraça, beija no rosto e cuida sem medo, sem receio! Dessa expressão grega derivam algumas palavras que encontramos no Novo Testamento. Uma delas é “Filadélfia – (“phileo”, amor/amizade) e (“adelfos”, irmãos) –, que significa “amor entre irmãos” ou “amizade fraternal. Outro termo é “Teófilo” – (“Teos”, Deus) e “phileo” –, que quer dizer “amigo de Deus”. Há ainda “filantropia” – (“phileo” e “antropos” (homem) –, que faz referência ao “amor humano”.

Um brinde ao Phileo!
“Enquanto a palavra ‘eros’ (o amor erótico) não aparece nas Escrituras Sagradas, ‘phileo’ surge várias vezes na Bíblia” – Gilson Bifano, pastor

O conceito de phileo (ou fileo) foi desenvolvido pelo filósofo grego Aristóteles. Ele dizia que a philia é necessária como um meio para atingir a felicidade. “Ninguém escolheria viver sem amigos mesmo se tiver todos os outros bens, a nobreza ou gentileza para si.” No entanto, como bem destaca o pastor Gilson Bifano, diretor do Ministério Oikos, escritor e coach de relacionamento, é na Bíblia onde se encontra o melhor sentido para essa palavra.

 

“Enquanto a palavra ‘eros’ (o amor erótico) não aparece nas Escrituras Sagradas, ‘phileo’ surge em vários momentos.” Em Mateus, cinco vezes; em Marcos, uma; em Lucas, duas; em João, dez; em 1 Coríntios, uma; em Tito, uma; e no livro do Apocalipse, duas. “Em Mateus 1 0 : 3 7 , quando Jesus fala sobre a renúncia de deixar pai e mãe, a palavra ‘amor’ é ‘phileo’. Também aparece para expressar o quanto Jesus amava Lázaro, em João 11:3,36. Em resumo, é o amor que une as pessoas pelos laços da amizade. Essa é a única outra palavra para o ‘amor’ usada nos textos antigos do Novo Testamento, além de ágape, mas com menor frequência”, esclarece o pastor.

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Um brinde ao Phileo!

 

Embora alguns estudiosos como Russell Norman Champlin (Enciclopédia Teológica
e Filosófica, vol. 1, 1997) defendam que seu uso em relação ao ágape é apenas uma questão de estilo, sem qualquer significado oculto, a grande maioria dos tradutores interpreta o phileo como o amor entre pessoas, o gostar, o querer bem.

O AMOR DE PEDRO POR JESUS

Ao contrário do ágape, ele não é incondicional ou exige autossacrifício. É o gostar de quem gosta de mim, a afinidade, a cumplicidade que gera um relacionamento de cuidado, de carinho e de proximidade, que se reserva apenas para parentes e amigos.

O pastor Ozias Ribeiro, da Primeira Igreja Batista de Laranjeiras, na Serra, cita um texto em que esse entendimento fica muito evidente: a passagem em que Jesus pergunta por três vezes a Pedro por seu amor, em João 21:15-17. No grego, as duas expressões são usadas, dando uma significância toda especial ao diálogo, que se perdeu na tradução para o português. Nos versos 15 e 16, Jesus pergunta a Pedro se ele O ama e usa a palavra ágape. Pedro responde as duas vezes, com a expressão phileo.

“A afinidade, a cumplicidade, que gera um relacionamento de cuidado, de carinho e de proximidade” – Ozias Ribeiro, pastor

Na terceira vez, verso 17, Cristo muda a pergunta e adota o termo phileo, dando a impressão de entender e aceitar que, naquele momento, Seu seguidor só tinha esse amor para oferecer. Então, com a resposta sincera do discípulo, Jesus o comissiona a “apascentar Seus cordeirinhos”.

O Messias toma o amor imperfeito de Pedro e o conduz ao amor genuíno, o ágape, que o apóstolo vai expressar na sua primeira carta (I Pd 3:8, 9). Somos chamados para viver um amor cordial e fraterno como irmãos em Cristo em meio à sociedade na qual estamos inseridos; a manifestarmos esse amor entre as pessoas.


Da série “As Formas de Amar”, leia mais:

O imensurável amor ágape
O sedutor Eros

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