O ato de comprar produtos falsificados fez o Brasil perder R$ 345 bilhões em arrecadação. Quase 70% dos brasileiros adotam a prática.
Por Cristiano Stefenoni
Canais de filmes de streaming, bebidas adulteradas, roupas e eletrônicos importados que não pagam impostos, músicas, fotos e filmes baixados sem licença. A pirataria pode estar em qualquer lugar. A prática fez o Brasil perder R$ 345 bilhões em arrecadação em 2022, prejudicando 20 setores da economia, segundo o Anuário da Associação Brasileira de Combate à Falsificação. Agora seja sincero: você, como cristão, faz uso desse tipo de prática?
De acordo com um estudo da SPC Brasil, 69% dos consumidores brasileiros já compraram réplicas ou produtos falsificados. Para 59% deles, a preço baixo é a desculpa. Entre os itens piratas mais comprados estão: roupas (39%), calçados (22%) e eletrônicos (17%). Do total de pessoas que fizeram esse tipo de compra, 24% disseram que ficariam muito constrangidas caso alguém descobrisse.
E nesse bolo, com mais de 40 milhões de consumidores brasileiros que compram produtos piratas, a probabilidade de haver entre eles irmãos da igreja é grande. Mas não deveria.
“Ao utilizar produtos piratas, o cristão está agindo com desonestidade, afinal está prejudicando o criador legítimo e não respeitando os direitos autorais. A pirataria é uma forma de furto, que é pecado para Deus. ‘Ai daquele que constrói o seu palácio por meios corruptos, seus aposentos, pela injustiça, fazendo os seus compatriotas trabalharem por nada, sem pagar-lhes o devido salário (Jeremias 22:13)’”, alerta Mirna Borges, cristã, engenheira, coach e educadora financeira, que possui mais de 1 milhão de inscritos em seu canal do YouTube, o Economirna.
Ela explica que, antes de adquirir qualquer coisa, é dever do crente pesquisar se o produto é ou não falsificado, e principalmente, desconfiar se o preço for muito abaixo do mercado. “Tudo que é pirataria é mais barato ou gratuito, então, cabe ao cristão analisar e buscar mais informações sobre os produtos que está consumindo”, orienta Mirna.
No caso de cantores e pastores que utilizam fotos em apresentações em Datashow, por exemplo, ela orienta que sejam utilizados materiais que são disponibilizados de forma gratuita na internet. “Existem fotos e músicas abertas, sem direitos autorais. Cabe a nós utilizarmos o que é liberado”, diz.
- Como lidar com a mentira, na hora de educar os filhos?
- Filhos e os perigos da cultura do cancelamento
Já em relação a quem assiste a filmes e aos programas de streamings piratas, Mirna Borges afirma que não há desculpas.
“Não existe meio termo, o padrão de Deus é absoluto. Em Mateus 22:21 está dito ‘Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus’. Logo, se essas empresas pagam pela licença do uso desses produtos, ao piratear a pessoa estará sendo desonesta, e desonestidade é pecado para Deus”, pontua.
O mesmo critério vale para vestuário. A consultora lembra que existem produtos que não são falsificados, mas sim de baixo custo, caso a pessoa não consiga arcar com um produto de marca famosa.
“Existem roupas e calçados de marcas acessíveis. A grande questão é quando você deseja algo dessa grande marca e opta por comprar o produto falsificado, isso não agrada a Deus. ‘Não furtem’. ‘Não mintam’. ‘Não enganem uns aos outros’ (Levítico 19.11). Então, caso você tenha errado pirateando algo, peça perdão a Deus e busque produtos legalizados”, finaliza.