Ao longo das décadas, a guerra tem ameaçado a liberdade religiosa e gerado milhares de deslocados, acarretando graves consequências humanitárias
Por Patricia Scott
O conflito entre o Azerbaijão e a Armênia tem gerado graves consequências humanitárias. Milhares de armênios já fugiram de Nagorno-Karabakh, a região é internacionalmente reconhecida como parte do Azerbaijão. No entanto, os moradores são de maioria étnica armênia. Assim, os movimentos separatistas nesse território tèm desencadeado combates violentos desde a década de 1990, a partir da dissolução da antiga União Soviética.
Estima-se que mais de dez mil pessoas atravessaram a fronteira de Nagorno-Karabakh em direção à Armênia, segundo Portas Abertas. “Desde que o Azerbaijão conseguiu o controle da região, uma área disputada no Sul do Cáucaso, muitos armênios fugiram por medo do novo governo”, explica a instituição missionária.
Aqueles que não conseguem fugir estão reféns de um conflito, que existe há décadas. Portas Abertas afirma que a última mudança no cenário foi o avanço da ofensiva militar na região em meados de setembro, que resultou em um acordo de cessar-fogo e no desarmamento das forças étnicas armênias. A negociação foi mediada pela Rússia.
“A situação está difícil agora. Precisamos de oração por paz, para que o Senhor pare a guerra. Por toda a vizinhança há soldados mortos, mesmo entre nossos parentes. Agora, os civis estão deixando a área”, disse o líder de uma igreja local.
Portas Abertas relata que, ao longo dos anos, milhares de pessoas foram mortas. “Mais de um milhão de pessoas se tornaram deslocadas internas devido às atrocidades cometidas pelos dois lados do conflito”.
De acordo com a instituição missionária, os cristãos estão sendo afetados nos dois lados do conflito, o que preocupa organizações internacionais. Dentro desse contexto, a comunidade cristã teme enfrentar alguns desafios como, por exemplo, restrições para o registro de igrejas, vigilância sobre a literatura religiosa, além de outras limitações para as atividades religiosas.
“Vamos orar para que o Senhor proteja os seus filhos nessa região e para que a paz seja restaurada. Ore pelos que estão sofrendo e para que a violência pare. Nenhum dos lados confia no outro e muitos armênios ainda planejam deixar Karabakh”, destacou um especialista da Portas Abertas.
Já um outro pontuou que “o mais importante é orar para que o conflito seja resolvido, para que não haja mais derramamento de sangue. Há muitas vítimas, ore por essas famílias e para que Deus as console”.
Cabe destacar que, na última quinta-feira (28), foi anunciada o fim da república separatista a partir do ano que vem. Em decreto, Samvel Shajramanyan, governante do enclave de maioria armênia, divulgou a dissolução de “todas as instituições governamentais e organizações em 1º de janeiro de 2024”. Com isso, a “república de Nagorno-Karabakh”, conhecida pelos armênios como Artsakh e fundada há mais de três décadas, “deixa de existir”.
