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sexta-feira, 26 abril 2024

Gabriela Greggersen: a brasileira especialista na vida e obra de C.S. Lewis

Gabriela dedica seus estudos a obra de CS Lewis há 25 anos.

Gabriela Greggersen assina a tradução de três clássico de C.S. Lewis lançados pela Editora Thomas Nelson Brasil. O mês de novembro é o mês de nascimento e morte de Lewis, o escritor mundialmente conhecido.

São 25 anos dedicando seus estudos a vida e obra de C.S. Lewis. A paranaense, Gabriela Greggersen, doutora em Estudos da Tradução, junto com a Editora Thomas Nelson Brasil, assina três obras clássicas do autor. Os livro receberam uma edição especial para o relançamento.

Novembro é o mês de nascimento e morte de C.S. Lewis. Por isso, a importância do relançamento de grandes clássicos da literatura cristã. Gabriela conversou com a Comunhão e contou sua experiência com a tradução dessas obras. Ela conta que já havia traduzido Lewis antes em obras acadêmicas da área da literatura. Ela revela que a dificuldade foi em função da linguagem rebuscada e a quantidade de citações em grego, latim e inglês medieval.

Leia também: Editora relança clássicos de C.S. Lewis


Confira nossa conversa com Gabriela Greggersen:

Comunhão – Sendo uma especialista na vida e obra de CS Lewis, como foi traduzir esses livros?

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Gabriela Greggersen – Foi mais fácil e mais difícil do que as anteriores: mais fácil, porque a linguagem é mais acessível, menos técnica e mais lúdica. Lida com questões mais teológicas e filosóficas. Mais difícil por isso mesmo, porque são com temas tão instigantes e que estou careca de estudar teoricamente. Encontrá-los agora no trabalho de tradução incita muita reflexão. O que ajuda muito é o conhecimento dos demais livros do autor e o contexto da escrita de cada um.

A tradução dessa obra foi um grande desafio para mim, como especialista, mas também foi um grande prazer. Tenho empatia evidente com o autor, apesar de não o ler sem crítica em alguns pontos. Portanto, o processo tradutório foi quase como tomar um belo chá na casa de um velho amigo. Discutindo com ele a melhor forma de achar equivalentes no português para as coisas que ele tinha em mente e queria transmitir ao seu público, adaptados ao leitor brasileiro.

Comunhão – Durante a tradução, como foi para você se aproximar do autor e de obras tão importantes?

Gabriela Greggersen – Ao mesmo tempo que me dá uma tremenda dor de barriga pela responsabilidade que é. Mesmo para quem passou os últimos 25 anos de sua vida na lida com ele. Pra mim é uma oportunidade única para firmar meus conhecimentos e poder partilhá-los com outros fãs de Lewis, mas também com os que ainda não o conhecem. Isso significou tornar a sua leitura mais leve e agradável, mas também mais fiel.

Comunhão – Como leitora, qual a importância da tradução dessas obras?

Gabriela Greggersen – Essa iniciativa, sem dúvida, foi muito importante. Penso que a Thomas Nelson tenha sido extremamente feliz com a decisão de traduzir novamente as obras clássicas de C.S. Lewis. Elas realmente mereciam esse esforço, já que as traduções anteriores foram feitas, de uma maneira geral, por pessoas que não tinham muito conhecimento de Lewis. Não quero fazer generalizações nem desmerecer o trabalho de ninguém. Também não espero de tradutor nenhum que seja conhecedor profundo do autor e da obra que está traduzindo. Mas, é claro que quando é possível combinar a expertise em tradução com o conhecimento da obra, esse é o ideal.

Traduzi ao todo 3 das 5 obras que estão sendo lançadas pela Thomas Nelson e vou falar da importância de cada um desses livros separadamente.

Cristianismo puro e simples eu considero o maior clássico de todos na obra apologética teórica de Lewis. Essa obra foi escrita baseada em palestras que Lewis deu num dos períodos mais obscuros da Segunda Guerra Mundial. Suas palavras são um alento também para nós hoje. Claro que não vivemos literalmente uma guerra, mas sim, uma guerra urbana, considerando a violência que não está mais restrita às grandes metrópoles.

Aprendemos nele que os cristãos podem dialogar entre si, não tendo motivos para se degladiar, pois estão sob o mesmo guarda-chuva. O livro é ideal para elevar o sentimento de união, bem-estar, esperança e fé. Por isso ele também é considerado uma das 50 obras mais influentes do pensamento cristão no pós Guerra.

Cartas de um diabo a seu aprendiz, que foi o primeiro best-seller de Lewis e lhe rendeu a capa da revista Times. A temática é a tentação e as estratégias do Diabo para levar o homem ao mau caminho. No prefácio, Lewis alerta que não devemos dar valor demasiado ao diabo, nem importância de menos. Devemos vê-lo como ele é: o subordinado e derrotado de Deus. Deus é o seu Inimigo mortal, com “i” maiúsculo, do qual ele foge como o “diabo foge da cruz”.

Finalmente, A abolição do homem é um livro fininho, que é um tapa na cara daqueles que se deixaram enredar pelo relativismo de valores e pelo subjetivismo na sua relação com a realidade. Temos nesse livro a concepção de que embora os valores humanos individuais sejam relativos, há os comuns a toda a humanidade.  Ele os chama de Tao e que são demonstrados no apêndice. Ele traz provérbios de todos os tempos e culturas, inclusive da Bíblia, que dizem essencialmente as mesmas coisas.

A abolição do homem é considerada uma das obras mais influentes na categoria ficção, segundo a revista americana National Review.

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