“Se você fracassar na educação de seus filhos, nada que fizer bem terá muita importância”
Por Marlon Max
Durante o desenvolvimento das crianças eles passam por diversas fases, algumas revelam um traço comportamental que desafiam os pais. De acordo com a teóloga e psicóloga, Marisa Lobo, muitas vezes, a desobediência pode ser um sinal pontual de autoafirmação.
Para a psicóloga a desobediência como um modelo comportamental, surge da falta de limites, a especialista também alerta que nesse caso específico não pode ser considerado uma fase. “Não é uma fase, pois ela é construída e mantida com o passar dos anos, costumando se agravar à medida que os filhos ficam mais velhos. Todavia, há outro tipo de desobediência que não podemos confundir com a primeira, e esta sim é natural e passageira”, esclarece.
Desobedecer, é para as crianças em certa idade uma forma de autoafirmação e conhecimento. Marisa Lobo destaca que isso ocorre porque a criança quer “testar” os próprios limites e saber o quanto vale a autoridade dos pais.
“Esse comportamento costuma aparecer quando a criança começa a se dar conta da própria existência, geralmente a partir dos 3 anos em diante. Nesse caso, a desobediência é pontual e não permanente. Ela é um sinal de que a criança está explorando algumas capacidades como autonomia e até a força física”, explica Lobo.
O conselho da especialista para os pais é que eles estipulem disciplina e sempre esclarecer o motivo da disciplina. Segundo a psicóloga, explicar as coisas é importante pois a criança passa por uma fase onde não quer apenas obedecer ordens, mas saber os porquês.
“Se antes a criança dormia sem questionar o motivo do horário, ela agora vai perguntar. Se antes comia brócolis sem pestanejar, agora poderá pensar duas vezes. Nada disso significa rejeição, mas sim vontade de compreensão. É o mundo ganhando forma e sentido em sua mente. Os pais devem encarar isso com normalidade, como disse antes, adicionando agora a explicação dos porquês”, frisa.
Marisa Lobo é escritora, psicóloga, teóloga, especialista em direitos humanos, pós graduada em saúde mental.
Com 12 livros publicados, sobre família, infância, sexualidade e saúde mental. Marisa também é colunista da Revista Comunhão.