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sexta-feira, 26 abril 2024

Doadores de sangue dão exemplo de cidadania

Quem doa sangue pela primeira vez vai ao hemocentro, geralmente, a pedido de um parente ou um amigo. Vai para ajudar pessoas que nem conhece diretamente. Alguns vão, doam e não voltam mais. Outros acabam fazendo desse gesto uma rotina, tornando-se exemplos especiais de solidariedade e cidadania. Foi assim com o professor Marcel Trocado Serqueira e com o avaliador Wadson Nascimento Neves, ambos doadores fidelizados do Hemoes de Vitória.

Segundo a assistente social Rosilene Vieira, do setor de Captação de Doadores do Hemoes de Vitória, o doador fidelizado é o que faz todas as doações possíveis dentro de um ano. No caso dos homens, até quatro doações por ano, respeitando o intervalo mínimo de dois meses entre uma doação e outra. Já as mulheres, até três vezes por ano, mantendo um intervalo de pelo menos três meses entre cada doação.
Só com as doações que fez no ano passado, o professor Marcel Trocado Serqueira, 36 anos, pode ter ajudado 16 pacientes, já que os hemocomponentes coletados a cada doação podem ser transfundidos em até quatro pessoas. Ele é um dos capixabas que tem reforçado a lista de doadores fidelizados do Hemoes de Vitória.
Doador de sangue há pelo menos 15 anos, como muitos, o professor foi parar numa cadeira do Hemoes para ajudar alguém a pedido de um amigo ou conhecido. Lá, viu que o processo não era tão complicado quanto ele imaginava, e passou a ir com frequência ao hemocentro.
“Antes eu achava que a pessoa talvez passasse mal, ficasse meio zonza. Acho que a noção que eu tinha era de que a pessoa não ficasse tão bem. Mas vi que não demorava muito. Antigamente eu costumava ir uma vez por ano, mas ultimamente tenho ido bastante. Ano passado, fiz quatro doações, respeitando o intervalo mínimo entre uma doação e outra. Queria ter feito cinco, para bater meu próprio recorde, mas não podia”, conta o professor entre risos.
Para o avaliador Wadson Nascimento Neves, 36 anos, o boca a boca é a melhor campanha para atrair doadores. Ele, que trabalha na igreja com grupos de jovens e casais, conta que fala para esse público sobre a importância da doação como uma atitude que revela para a sociedade o que é ser cidadão e ser cristão.
“Hoje eu passo para os casais e para os jovens o que eu vivo lá. Sei que existem pessoas reféns daquela necessidade. Uma vez eu estava no Hemoes e, no meio da triagem, liga uma mulher pedindo ‘pelo amor de Deus’, plaquetas para o filho dela. Pediram-me, então, para doar plaquetas, que é um tipo de doação diferente. Eu não conheci o paciente Gabriel, não tenho notícias dele, mas foi assim que eu comecei a doar plaquetas e sei que pessoas têm sido ajudadas com essas doações”, relata o avaliador, que é doador de sangue e plaquetas fidelizado desde 2012.
 
Doadores de sangue dão exemplo de cidadania

Mais conscientes
De 2014 para 2015, o Hemoes de Vitória registrou aumento de 12,1% no número de doadores de repetição, ou seja, pessoas que doam sangue mais de uma vez por ano. Foram 15.082 doadores com esse perfil no ano passado contra 13.453 no ano anterior.
E apesar de no mesmo período ter caído um pouco (0,6%) o número de candidatos a fazer doação, a assistente social ressalta que aumentou 7,9% o número de coletas, o que representou 1.204 bolsas de sangue a mais de um ano para o outro. Rosilene Vieira observa também que o número de candidatos considerados inaptos no processo de triagem diminuiu 14,8% de 2014 (12.904) para 2015 (10.992).
“O doador fidelizado é alguém que compreende os diferentes aspectos da doação de sangue. Sabe, por exemplo, que precisa se manter saudável para garantir a qualidade do sangue doado, entende que o seu sangue vai ajudar a salvar vidas, sabe que se fizer várias doações ao longo do ano ele vai ajudar o banco de sangue a se manter sempre num nível satisfatório”, esclarece.
A assistente social do setor de Captação de Doadores do Hemoes de Vitória convida quem nunca doou sangue a visitar uma unidade do Hemoes e conhecer o trabalho do hemocentro público estadual. Ela diz que o banco de sangue precisa constantemente reabastecer seu estoque e, neste momento, em especial, com sangue tipo O. “Precisamos de todos os tipos de sangue, mas o sangue O é raro, poucas pessoas têm. Por outro lado, ele é muito importante porque, em situações de emergência, pode ser transfundido em pessoas que tenham qualquer outro tipo de sangue”, complementa Rosilene Vieira.
 
Quem pode doar
Para doar sangue é preciso ter de 16 a 69 anos de idade, sendo que a primeira doação deve ser feita obrigatoriamente até os 60 anos. Menores de 18 anos só podem doar com a autorização de um responsável legal. Vale lembrar que os doadores frequentes, sejam homens ou mulheres, não podem deixar de obedecer ao intervalo mínimo entre uma doação e outra.
O interessado em doar sangue deve ir até uma unidade do Hemoes, apresentar um documento original com foto e responder a um questionário. Em seguida, passará por triagem para avaliar sua condição de saúde e verificar se está apto para doar sangue. Caso o voluntário tenha almoçado, é necessário aguardar três horas após a refeição para fazer a doação.

Onde doar sangue
 
– Hemocentro do Estado do Espírito Santo (Hemoes)
Tel. 3636-7920/7921 – Avenida Marechal Campos, nº 1.468, Maruípe, Vitória. Funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h30, e aos sábados das 7h às 17h.
 
– Unidade de Coleta da Serra
Tel. 3338-7373 – Avenida Eudes Scherrer Souza, s/nº (anexo ao Hospital Estadual Dório Silva). Funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 15h30.
 
– Hemocentro de Linhares
Tel. (27) 3171-4361 – Avenida João Felipe Calmon, nº 1.305, Centro (ao lado do Hospital Rio Doce). Funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 12h30.
 
– Hemocentro Regional de Colatina
Tel. (27) 3177-7930 – Rua Cassiano Castelo, s/nº, Centro. Funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 12h30.
 
– Hemocentro Regional de São Mateus
Tel. (27) 3767-4135 – Rodovia Otovarino Duarte Santos, Km 02, Parque Washington. Funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 12h30.

 

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