Com a prisão do pai, Dylan prossegue discipulando refugiados na missão Voz dos Mártires, na Coreia do Sul
Por Patricia Scott
O tempo de Kim Jong-Wook era dividido entre a Coreia do Sul e a China, país onde os norte-coreanos se refugiavam. O pai de Dylan servia e pregava as Boas Novas a desertores da Coreia do Norte.
Ainda na adolescência, Dylan e a família foram morar na China, iniciando um ministério com os desertores. Em Dandong, uma grande cidade portuária na fronteira com a Coreia do Norte, a família ajudava os norte-coreanos que fugiram da ditadura comunista.
“Nós adoramos juntos com desertores norte-coreanos em alguns apartamentos em diferentes áreas. Demos a eles um lugar para ficar, comida para comer e fizemos treinamento de discipulado com eles”, revelou Dylan.
Prisão na Coreia do Norte
Em setembro de 2013, Kim Jong-Wook anunciou a Dylan que planejava viajar para a Coreia do Norte. “Ele nos disse que só entraria por um curto período de tempo e sairia”, lembrou. Um mês depois de entrar no país comunista, Jong-Wook foi preso pelas autoridades. A família soube da prisão através de uma coletiva de imprensa.
Dylan compartilhou que a família não ficou surpresa com a prisão do pai. Isto porque ele já havia sido detido em outros países, como o Laos, por ajudar desertores.
Ele acredita que o pai também não foi surpreendido pela prisão. “Meu pai nos explicou sobre seu chamado para as missões norte-coreanas e que estava colocando sua vida em risco. Ele teve fé suficiente para morrer se fosse para morrer”, salientou Dylan.
Trabalho forçado
Durante a prisão do pai, Dylan não fez perguntas ou culpou Deus. “Orei para que Deus o devolvesse para nós. Também imaginei que meu pai seria torturado, então orei para que ele não perdesse a fé. Às vezes, orávamos juntos como família. Eu também orava sozinho”.
Há suspeita que informantes norte-coreanos tenham se infiltrado no ministério de Kim. Assim, Jong-Wood foi convencido a ir para a Coreia do Norte e acabou capturado.
Vale salientar que Jong-Wook está entre os quatro missionários sul-coreanos presos no país. Ele é um dos cerca de 30 mil cristãos detidos em prisões e campos de trabalhos forçados.
Kim foi condenado à prisão perpétua em um desses campos. Nesses locais, os prisioneiros são tratados como escravos e obrigados a trabalhar longas jornadas. Eles ainda são espancados e chegam a comer ratos para não morrerem de fome.
Nos passos do pai
Dylan continua o ministério com os desertores iniciado pelo pai. Formado em Teologia, ele discipula refugiados norte-coreanos na missão Voz dos Mártires, na Coreia do Sul. “Quando ensino a Palavra de Deus aos alunos e vejo que eles entendem, fico feliz”.
Quando estava na China, Dylan viu desertores passando por situações extremamente difíceis “Então, quando ouço as histórias de nossos alunos sobre as dificuldades que estão passando, não é algo novo para mim. É muito familiar”.
Ao contar a história familiar aos alunos, os refugiados oferecem acolhimento e oração a Dylan. “Muitos deles são tocados, choram e oram por meu pai. A maioria deles tem familiares na Coreia do Norte”, contou.
Desde a prisão do pai, Dylan não teve mais notícias dele. Ele continua orando pelo pai e sabe que a melhor maneira de seguir os mesmo passos é atender ao chamado do Senhor.
“Quero fazer um trabalho que dê glória a Deus. Penso que a obra de salvar almas é a que mais alegra Deus e lhe dá mais glória”, finalizou o jovem missionário.
Com informações Voice Of The Martyrs
