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quinta-feira, 2 maio 2024

Ele não vai pedir desculpas

Para Lula, desculpar-se pelas declarações que deu na Etiópia, ao comparar o que Israel está fazendo em Gaza com o que Hitler fez com os judeus na Alemanha, é negar todas as crenças e ideologia dele 

Por Rev. J.E. Conti

Todos sabemos e já percebemos que as declarações do nosso presidente na Etiópia, comparando o que Israel está fazendo em Gaza ao que Hitler fez com os judeus na Alemanha, criaram um péssimo precedente diplomático. As declarações foram de uma insensibilidade angustiante. As feridas do holocausto nunca serão cicatrizadas, por isso, sempre que alguém toca nesse assunto, causa em todos profundos sentimentos torturantes.

O crescimento das igrejas evangélicas nas últimas décadas aliadas a uma doutrina dispensacionalista, que coloca Israel no centro dos acontecimentos escatológicos, permitiu o crescimento de uma ligação afetiva sem precedentes dos brasileiros para com a nação de Israel.

É importante que se esclareça que a opinião de Lula está intimamente ligada ao que pensam os ideólogos da esquerda. A cultura judaico-cristã vai de encontro a tudo que o criador do pensamento comunista, Karl Marx, um judeu-cristão (judeu por nascimento, porém batizado na igreja Luterana) lutou obstinadamente em toda a sua vida.

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Por mais que houvesse excessos por parte da elite dominante no início da era moderna, e houve muitos excessos, a ideia defendida pelos comunistas nunca deixou de ser uma desastrada utopia. Essa utopia continua forte no imaginário daqueles que ainda querem defender os ideais de Marx, Lula incluído. Não quero justificar Lula, mas, desde sempre, essa foi a doutrinação que recebeu em sua vida, daí, tudo que vem da dupla Israel e Igreja Evangélica deve ser combatido, para o bem do Estado.

Logo, defeder o Hamas faz parte do seu padrão moral, social e ético. O que o Hamas fez ou faz não anula ou ameniza seu ódio contra os judeus e, por tabela, contra os evangélicos. Para a esquerda esse é o “bom combate”. Extirpar Israel e os evangélicos do mundo só trará benefícios para o Estado, e, como Lula quer o bem do Estado, quer uma sociedade sob a proteção do Estado, quer um Estado paternalista e assistencialista, pedir desculpas pelas suas declarações é negar peremptoriamente todas suas crenças e ideologia e, ao mesmo tempo, admitir que a cultura judaico-cristã deve existir.

Podemos ver sua ideologia impregnada em todas as suas declarações, como se achar a “alma mais honesta do mundo” e que agora todos voltarão a “comer churrasco de picanha”. O que ele fala é o padrão. A defesa de um ladrão que rouba o celular para vender e tomar uma cervejinha é algo aceitável. O apoio a certas lideranças que têm feito o povo sofrer é o preço para ter um Estado soberano.

Por exemplo: para um judeu ou cristão, quando a Bíblia diz: não dizer falso testemunho (não mentir), essa é a lei, um padrão absoluto. Para um comunista, mentir é um padrão relativo. É óbvio que, entre um padrão externo absoluto e um padrão interno relativo, a humanidade sempre vai preferir o segundo e ainda justificar como sendo necessário à sobrevivência.

Não quero desanimá-los, porém essa questão é muito mais séria do que podemos imaginar e faz parte da eterna luta entre o bem e o mal, sendo o bem representado pelo padrão divino estabelecido nas Escrituras, e o padrão do mal representado por Satanás e seus seguidores. Essa luta já tem uma data para terminar, porém apenas o Pai sabe quando. Por isso, não vejo o porquê de ficarmos assustados ou desanimados com declarações como essa vindo do outro “time”. Resta-nos relembrar o que Jesus disse: tende bom ânimo, eu venci o mundo. (Jo 16:33b). Até a próxima fala do Lula.

José Ernesto Conti é pastor da Igreja Congregação Presbiteriana Água Viva e engenheiro mecânico.

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