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quinta-feira, 2 maio 2024

Sudão: três mil pessoas morreram em três meses de conflito

Milhares de sudaneses estão vivendo em acampamentos - Foto: Portas Abertas

Mais de 165 igrejas foram fechadas e ao menos 15  destruídas; há três milhões de deslocados internos

Por Patricia Scott [Portas Abertas]

Há três meses, o Sudão está em guerra. Iniciado no dia 15 de abril, o conflito já matou três mil pessoas, conforme informação do ministro da saúde, Haitham Mohamed Ibrahim. São mais de três milhões de deslocados internos, de acordo com a Organização Internacional de Migração (IOM, da sigla em inglês).

“A situação continua se deteriorando, o que causa grande sofrimento à população no Sudão. A guerra parece não ter fim. O cessar-fogo acordado entre os dois lados da disputa não durou muito tempo. O que mais nos preocupa são as graves violações dos direitos humanos e a indisposição das duas partes em acabar com as hostilidades”, revela Fikiru (pseudônimo), o representante local da Portas Abertas no Sudão, que está na 10ª posição na Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2023, que mostra os 50 países mais difíceis para um cristão viver.

Fikiru relata que os cristãos são particularmente vulneráveis no Sudão, ainda mais no período de guerras. “Precisamos que as igrejas do mundo todo não se esqueçam de orar pela situação no Sudão. Sabemos que muitas coisas terríveis estão acontecendo no mundo todo, mas, por favor, não se esqueçam dos seus irmãos e irmãs em Cristo no Sudão”.

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Vale salientar que a guerra envolve dois grupos: as Forças Armadas Sudanesas (SAF, da sigla em inglês), lideradas pelo militar Abdel Fattah al-Burhan, e o grupo paramilitar Rapid Support Forces (RSF, da sigla em inglês), comandado por Mohammed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti. Há pouco tempo, eles eram aliados, unidos para derrubar o ex-presidente, Omar Al-Bashir.

No entanto, em 2019, os dois grupos conseguiram depor o presidente. Assim, passaram a disputar o poder no Sudão, inclusive porque o novo governo pretendia submeter o RSF ao comando militar.

Violenta crise

A partir da capital do Sudão, Cartum, a violenta crise espalhou-se por todo o país. A violência impactou, principalmente os cristãos nos estados de Cordofão do Sul e no Nilo Azul, onde a comunidade cristã já era vulnerável e perseguida, segundo informação da imprensa britânica.

“Estamos profundamente preocupados com os efeitos regionais e internacionais do conflito. Estamos em uma área que já estava desestabilizada, frágil e enfraquecida por conflitos internos anteriores”, disseram líderes cristãos, que desejam uma intervenção urgente.

Mais de 165 igrejas foram fechadas e ao menos 15  destruídas, apontam os relatórios. Há violações diárias dos direitos humanos, como abuso sexual, sequestros de meninas e saques de propriedades.

“Muitos cristãos vivem nas zonas de guerra e não têm como fugir de lá. Eles estão sofrendo e não podemos nos aproximar da região para ajudá-los. É muito difícil para nós vermos o sofrimento dessa parte do corpo de Cristo”, afirma um parceiro local da Portas Abertas.

Sem recursos

Agências humanitárias africanas, como também outros órgãos internacionais, estão preocupadas. Isto porque não há recursos suficientes para socorrer os milhares de deslocados internos nas necessidades mais urgentes.

Há um aumento alarmante das necessidades humanitárias entre os deslocados internos afetados pela crise no Sudão. A informação é da agência de refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU). A grave situação acarreta insegurança e escassez de itens básicos de sobrevivência.

Recentemente, grupos radicais muçulmanos estão se envolvendo na luta, o que coloca os cristãos perseguidos em maior risco. Assim, a situação para os seguidores de Jesus no país se torna mais grave. O portal de notícias Reuters divulgou que, desde o início da disputa armada, seis mil muçulmanos ingressaram no conflito.

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