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quinta-feira, 2 maio 2024

Sexualização precoce nos streamings de filmes liga alerta dos pais

Sexualização precoce em conteúdos de streamings liga alerta dos pais (Foto: Reprodução/Pexels)
Sexualização precoce em conteúdos de streamings liga alerta dos pais (Foto: Reprodução/Pexels)

Cristãos questionam a sexualização precoce em séries e filmes adolescentes. Veja a visão do pastor e escritor, Richarde Guerra, sobre cultura pop

Por Carolina Leão

Com frequência, muitos cristãos têm questionado as produções de filmes e séries que fazem parte do catálogo das grandes plataformas de streaming e do cinema em geral. Quando o assunto é sobre o que um jovem ou adulto evangélico deve ou não assistir, muitas vezes a resposta que sobressai envolve o senso crítico e a maturidade de absorver o que for bom e ignorar o que não está de acordo com suas crenças, com exceção de casos extremos em que a recomendação é não consumir determinados produtos. Mas quando o que está em questão é o que tem à disposição para os filhos assistirem, a forma de lidar com a situação é diferente.

O “Parents Television and Media Council” (Conselho de Pais e Mídia de Televisão), dos Estados Unidos, frequentemente levanta críticas sobre determinadas séries e filmes, em uma monitorização de questões relacionadas ao conteúdo televisivo e seu potencial impacto em crianças e famílias. Produções da Nexflix, por exemplo, há anos, tem sido um alvo das pautas dessa organização e da comunidade cristã em geral. E essa discordância, mais recentemente, tem acontecido por causa dos conteúdos voltados para as crianças.

A Netflix se tornou uma das principais plataformas de streaming, oferecendo conteúdos para todas as idades, o que é resultado de um mundo cada vez mais digitalizado. No entanto, a empresa tem enfrentado críticas crescentes de grupos cristãos que a acusam de promover a sexualização precoce de crianças e adolescentes, inclusive em desenhos e séries de “drama adolescente”.

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A série “Sex Education”, da plataforma em foco, tem sido um dos principais alvos de críticas. A produção, que é referenciada como uma “comédia teen“, aborda temas sexuais de forma muito acessível. A série tem a classificação indicativa para 16 anos. Outro título questionado por argumentos semelhantes é “Mignonnes”, ou “Cuties”, em seu título em inglês, um filme franco-senegalês que estreou na netflix em 2020, também classificada para +16 anos. Naquela época, houve uma grande polêmica por causa da imagem promocional que mostrava as protagonistas do filme, meninas de 11 anos, em poses sensuais em um concurso de dança. Posteriormente, a Netflix substituiu o pôster e pediu desculpas pela arte inapropriada, mas já era tarde demais.

Outra série que recebeu muitos questionamentos do público foi “The Idol”, da HBO Max. Neste caso, as críticas não foram somente para preservação de crianças e adolescentes, mas também para o público adulto. O pastor da Igreja Batista Richarde Guerra, autor de “Manual Cristão da Cultura Pop”, diz que não recomenda a série em questão nem para o público adulto por ferir extremamente os princípios cristãos e enquadra a série como uma produção que o cristão não deve consumir. Embora a classificação seja para 18 anos, a série traz a participação de The Wekeend, uma estrela do pop que tem uma grande quantidade de fãs que são adolescentes, além de outras celebridades. Esse fato também é um alerta para que os pais observem o que os filhos assistem.

A exposição cada vez maior de menores a conteúdos que promovem o erotismo, que é questionada não somente quando se trata dos streamings citados, mas pode estar implícita em diversos conteúdos digitais, mesmo quando são categorizados como infanto-juvenis. A problematização também levanta questões éticas e legais. Neste sentido, muitos evangélicos argumentam que certos limites éticos e morais não devem ser ultrapassados.

O debate, mesmo que esteja longe de ser resolvido, aponta para uma necessidade das famílias cristãs de hoje em dia, que precisam lidar com novos desafios da tecnologia e seu relacionamento com a fé.

Neste sentido, o pastor Richarde Guerra em entrevista exclusiva à Comunhão falou sobre a sua perspectiva com relação a esse tema. “Eu acredito que não tem como lutar contra a Netflix, lutar contra as corporações. Eu entendo que o papel da igreja é denunciar aquilo que fere a Palavra de Deus e educar os fieis. Quem faz o controle parental dos streamings não deve ser o algoritmo, deve ser o pai”, argumenta o pastor.

“O filho nunca deveria assistir uma série, um desenho, um anime ou um filme sem o pai ter visto antes. E o pai do lado do filho. Quando ele estiver vendo algo que fere a Palavra, chamar a atenção dele e mostrar. E a partir daí, ser mais criterioso em relação àquilo”, orienta, ainda, o pastor, aos pais cristãos.

Com relação à grande movimentação que os cristãos têm feito, é importante ressaltar que só denunciar não basta, embora seja importante em muitos casos. Por isso, o pastor elencou dois desafios que a igreja tem frente a essa realidade atual:

  • Só denunciar não é suficiente, é preciso educar os filhos

O pastor e escritor diz que percebe que muitas vezes a igreja vive só denunciando, mas não educa. “Nós precisamos educar, criar a capacidade da criança, quando ela se deparar com esse tipo de informação, ser mais criteriosa. Esse é o nosso desafio”.

  • A igreja deve produzir conteúdo

Está aí o exemplo da Angel Studios, canal de streaming sustentado por cowfouding, que faz uma série tão importante quanto a The Chosen e revolucionou o processo de distribuição de filme através do Som da Liberdade. Então, tem jeito de fazer, o que nos falta, às vezes, é a iniciativa.

“Vai ser muito difícil daqui para frente selecionar conteúdos. E proibir é praticamente impossível, porque os meninos têm acesso a tudo hoje pelo celular. Então é função dos pais e da igreja educar e é função da igreja produzir conteúdo”, conclui.

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