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quinta-feira, 2 maio 2024

Sessenta religiosos foram expulsos ou deixaram a Nicarágua desde 2018

Peregrinação em apoio aos bispos em julho de 2018 / Javier Ruiz| Foto: Facebook Arquidiocese Managua.

Apesar desse trabalho de caridade, as freiras cristãs, primeiro tiveram seu status legal cancelado e depois foram expulsas do país

Por Victor Rodrigues 

Leigos e padres presos, bispos sequestrados e Missionárias da Caridade expulsas da Nicarágua. “Tem sido uma agonia. Conseguimos nos tornar um com Cristo”, confessa Irmã Paola.

O governo da Nicarágua desencadeou uma autêntica perseguição religiosa contra os católicos durante o verão. Leigos, religiosos, padres e até bispos foram perseguidos pelo regime do presidente Daniel Ortega.

Ao longo desses meses, o casal presidencial ordenou o fechamento de vários meios de comunicação ligados à Igreja, gravou e analisou homilias, ordenou a expulsão de ordens religiosas do país e prendeu leigos e sacerdotes em partes iguais: Rolando Álvarez, bispo de Matagalpa e administrador apostólico da diocese de Estelí, e os Missionárias da Caridade.

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O bispo, há muito era acompanhado de perto pela Polícia devido à sua posição crítica sobre o que está acontecendo no país.

Expulsos do país

As “Missionárias da Caridade”, uma das entidades mais queridas deste país profundamente católico, a perseguição é ainda mais evidente. As freiras não levantaram a voz contra o regime ditatorial em momento algum. 

“Nós nos dedicamos a cuidar dos mais pobres dos pobres. Tínhamos um asilo para idosos que não tinham pensão, e uma creche para cuidar dos filhos das senhoras que iam vender frutas ou roupas na rua. Tínhamos também um refeitório para 133 pessoas e distribuíamos alimentos para famílias carentes. E, em Granada, uma casa para meninas que foram abusadas”, explica a Irmã Paola, que estava no país há mais de sete anos.

Apesar desse trabalho de caridade, as freiras primeiro tiveram seu status legal cancelado e depois expulsas do país.

“Eles aprovaram uma lei segundo a qual 75% das irmãs deveriam ser nicaraguenses. Não atingimos essa cota, pedimos ajuda e eles nos chamaram no dia 13 de junho para o Interior. Em vez de ajudar as freiras, começaram a lançar uma série de acusações que prefiro não comentar porque foram muito injustas e nos despediram de maneira muito ruim”, diz Paola.

A partir daí, “pararam nosso trabalho, estavam investigando todos os nossos papéis, que tínhamos em ordem, e logo depois nos expulsaram”.

Depois de deixar a Nicarágua, as freiras chegaram à Costa Rica e já foram distribuídas por toda a América Central. Paola e outras três irmãs vão abrir uma casa em Cañas, na Costa Rica, que fica na fronteira com a Nicarágua e está cheia de nicaraguenses. “Os superiores viram que era um bom lugar. Vamos continuar servindo a Nicarágua do exterior.”

Com informações de Instituto Humanas Unisinos. 

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