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domingo, 5 maio 2024

Não julgue para não ser julgado!

Antônio Maspoli, psicólogo e pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, em São Paulo. Foto: Divulgação
Antônio Maspoli, psicólogo e pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, em São Paulo. Foto: Divulgação

Julgar uma pessoa com base em critérios de status social ou aparência vai na contramão dos ensinamentos bíblicos, além de trazer o risco de também ser julgado.

Por Lilia Barros

Julgar alguém pela roupa que usa, o carro que possui, a aparência física ou até mesmo por um erro que cometeu na vida pode ter efeito contrário ao que se espera. Ou seja, quem julga, além de diminuir e constranger o outro, também será julgado na mesma medida que usou para medir seu irmão. Uma ação de julgamento retorna e atinge aquele que o fez, como um efeito colateral.

Para exemplificar essa verdade, a Bíblia traz textos que muitas vezes passam despercebidos por quem lê as palavras contidas em Mateus 7:1,2 em que Jesus diz: “Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgais, sereis julgados; e, com a medida com que medis, vos medirão a vós.”

No entendimento do psicólogo e pastor Antônio Maspoli, da Igreja Presbiteriana do Brasil, localizada em São Paulo, Jesus está afirmando que aquele que julga, primeiro julga a si mesmo, porque ao estabelecer um juízo de valor, ou mesmo uma penalidade para alguém, o sujeito está criando uma métrica (e uma penalidade) para si mesmo.

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“Me parece que nesse versículo Jesus está mostrando que a pessoa pensa estar acima da lei, e não a lei acima da pessoa. Não devemos ser uma igreja que julga, condena e exclui todos aqueles que agem ou pensam de forma divergente. Também não devemos valorizar mais a lei, as imposições religiosas, do que a pessoa. Devemos observar que a proporção da sentença espiritual é a mesma dada àqueles que não toleram os erros alheios.”

Assim como Davi

Outra razão para não julgarmos é reconhecer que todos são sujeitos ao erro. A Bíblia também nos mostra que grandes homens de fé, alguns tidos como “homens segundo o coração de Deus”, a exemplo de Davi, caíram em pecado, cometendo erros absurdos, como lembra a psicóloga cristã de Curitiba (PR), Marisa Lobo. ” O que isso nos ensina? Que eles, apesar de conhecedores da Palavra e íntimos do Senhor, estiveram sujeitos às mesmas tentações que nós.”

O pastor Maspoli esclarece que, ao contrário do que muitos pensam, não é da natureza humana julgar. Segundo ele, julgar é um comportamento aprendido. “Geralmente quem julga é aquele que foi julgado. Uma pessoa oprimida, ou ela resiste ao opressor ou ela se identifica como opressor. Uma pessoa julgada internaliza esse julgamento e passa a julgar também, porque nós aprendemos por identificação social. Identificamo-nos com aqueles que estão acima de nós e com aqueles que são iguais a nós, o que é uma boa notícia, porque se o julgamento é aprendido, ele também pode ser desaprendido. Podemos suspender todos os nossos preconceitos, nossas crenças distorcidas, que não se fundamentam no Evangelho, mas apenas no nosso grupo social de referência, na nossa comunidade religiosa. Então, é preciso aprender a desaprender a julgar, a condenar; e o antídoto para o hábito de julgar é o amor incondicional. Se nos apegamos ao amor incondicional de Deus, por que não nos amamos incondicionalmente? E por que não oferecemos esse amor incondicional ao outro sem nenhum julgamento?”, questiona ele.

Mesmo buscando seguir uma vida de acordo com o Evangelho de Jesus, muitos crentes ainda falham com frequência nesse quesito e julgam precipitadamente o valor de alguém pela sua aparência, pelo seu comportamento ou por suas posses, mas a Bíblia nos ensina a proceder exatamente do modo contrário.

Evitar julgar o próximo é uma parte importante da ética cristã. Devemos nos afastar dos impulsos de nossa natureza caída e fazer um esforço permanente e consciente para aplicar o que ensina Tiago 2:1-9: que é combater a discriminação e o favoritismo.

Nos versos 1, 8 e 9 está escrito: “Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas. Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis. Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, e sois redarguidos pela lei como transgressores.”

Conselhos bíblicos:

Examine-se primeiro: antes de julgar os outros, examine-se a si mesmo. Jesus disse em Mateus 7:3-5: “Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, e não reparas na trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu?”

Pratique a humildade: reconheça que todos são pecadores e imperfeitos, incluindo você mesmo. A humildade nos ajuda a evitar uma atitude de superioridade moral.

Julgue com justiça: se for necessário fazer julgamentos, faça-o com justiça e imparcialidade. A Bíblia nos encoraja a julgar as ações, não o coração das pessoas.

Lembre-se de que somente Deus conhece o coração humano (1 Samuel 16:7).
Evite a fofoca: a fofoca é uma forma de julgamento prejudicial. Evite espalhar informações negativas ou julgamentos sobre os outros.

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