Por outro lado, diz Dan Schneider, existem muitas vantagens em potencial para a inteligência artificial, mas os cristãos precisam acordar
Por Patricia Scott
À medida que a inteligência artificial (IA) ganha mais popularidade, líderes religiosos e estudiosos, nos EUA, avaliam as possíveis implicações para a prática do culto, como também na vida moderna. Eles também analisam se a religião terá algum espaço na programação da IA.
“A esquerda [política] controla a IA, e a esquerda está indo para o que ela quer fazer”, ressaltou Dan Schneider, Media Research Center e vice-presidente da Free Speech America.
Segundo ele, “a esquerda despreza toda a ideia de um ser superior que estabelece padrões de certo e errado”, afirmou e complementou “a esquerda vê a religião como o motor que destruiu diferentes sociedades e povos ao longo da história”.
Dan ainda que “eles [a esquerda] culpam a religião por isso – quando é a religião a responsável pela maior parte do bem que aconteceu no mundo”. Na opinião de Schneider, a IA “será a maior arma contra a fé, contra a verdade, contra a religião. A palavra ‘Deus’ – não veremos isso como uma prioridade na programação da IA”.
O especialista pontuou ainda que “é importante lembrar que há mais necessidade de transformação do que de informação.” Por isso, de acordo com Schneider, é importante que os crentes saibam as desvantagens da inteligência artificial, se envolvam com as questões que a cercam, em vez de “se esconderem dela”.
Por outro lado, disse ele, “existem muitas vantagens em potencial para a IA, mas [os crentes] precisam acordar. Se as pessoas de fé estão vendo valor nisso hoje, elas precisam se engajar nessa luta para proteger o lado positivo da IA para amanhã”.
Potencial para violações
Na visão do pastor Jesse Bradley, de Auburn, Washington, a IA “é uma ferramenta que pode ser usada positivamente, para obter informações e insights. Ao mesmo tempo, tem potencial para violações e manipulação de privacidade”.
Para o líder religioso, a IA traz à tona dezenas de novas questões legais e éticas. “Nas mãos erradas, a IA pode tirar as liberdades e minar a comunidade e a dignidade humana. É importante lembrar que precisamos mais de transformação do que de informação”.
O pastor Jesse destacou ainda que o amor é “mais importante” do que o conhecimento. “A graça de Jesus muda nossos corações; um relacionamento com Deus preenche nossas almas. Se buscarmos a Deus, Ele nos dará sabedoria em todas as situações”, observou e frisou: “A IA precisa ser usada de maneira que honre a Deus e seja benevolente. No final, mesmo que a inteligência humana seja superada pela IA, isso não tornará a IA humana.”
Presença da igreja
Já o Dr. James Spencer, presidente do DL Moody Center, localizado em Northfield, Massachusetts, considerou que a IA pode ser capaz de “produzir e espalhar mensagens bíblicas, doutrinárias e evangelísticas”. No entanto, segundo ele, proclamar o Evangelho requer a “presença física” do povo de Deus no mundo.
“Os cristãos proclamam o Evangelho por meio da existência corpórea. Se considerarmos apenas a produção e disseminação verbal ou escrita, parece provável que a IA seja capaz de proclamar o Evangelho”, salientou.
No entanto, ele foi taxativo ao afirmar que “proclamar o Evangelho requer a presença da igreja no mundo. Assim como Cristo deu a conhecer o Pai por meio da encarnação, também os cristãos proclamam o Evangelho por meio de nossa existência corpórea.”
Para James, a “AI nunca será capaz de substituir a igreja como um povo reunido para demonstrar a multiforme sabedoria de Deus (Ef 3.10), porque demonstrar a sabedoria de Deus não é uma questão de função ou potencial, mas de substância e ser”.
James pontuou ainda que “a realidade da existência da igreja aponta para a realidade de Cristo. Se a IA pode proclamar o Evangelho leva a uma segunda pergunta: ‘A IA pode aprender o Evangelho?’”
Aprender o Evangelho não é simplesmente uma questão de dominar uma ideia intelectual por meio de codificação sofisticada ou interações com grandes conjuntos de dados, esclarece James. “O Evangelho é aprendido por meio de uma existência corporificada imersa na realidade da presença ativa de Deus”.
Ele também disse que o Evangelho é ainda aprendido quando “o povo de Deus o prova por meio da obediência. É aprendido por meio do Espírito Santo que habita naqueles que creem”. Ao finalizar, ressaltou que a “IA não será humana porque a essência do que significa ser humano não é uma questão de capacidades, mas de ser e, em particular, ser feito à imagem de Deus”.
Com informações Fox News