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quinta-feira, 2 maio 2024

Libras: quando as mãos falam do amor de Deus

Existem mais de 300 variantes da linguagem de sinais para surdos no mundo e a Libras é a utilizada no Brasil. Foto: Freepik

No Dia Nacional dos Surdos, celebrado nesta terça-feria (26), é fundamental lutar pela inclusão desse grupo na vida cristã.

Por Cristiano Stefenoni

Nunca a Língua Brasileira de Sinais (Libras) foi tão utilizada na pregação do Evangelho como agora. Após ganhar força nas transmissões online na época da pandemia, levar a mensagem a quem não pode ouvir se tornou uma rotina da igreja. E no Dia Nacional dos Surdos, celebrado nesta terça-feria (26), é fundamental lutar pela inclusão desse grupo na vida cristã.

Afinal, são 10 milhões de surdos no Brasil (IBGE) e esses números podem chegar a 900 milhões no mundo até 2050, segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Existem mais de 300 variantes da linguagem de sinais para surdos no planeta. E a Libras foi reconhecida como uma língua oficial do Brasil em 2002 (Lei 10.436). Contudo, o início de sua difusão foi na década de 1980, exatamente pelas igrejas, quando os pioneiros protestantes começaram a estudar a linguagem de sinais para facilitar a pregação do Evangelho aos surdos.

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De lá para cá, as metodologias de aprendizado se modernizaram e o trabalho de um profissional intérprete treinado em Libras passou a ser frequente durante os cultos, seja presencial ou virtual.

Com mais de 1 milhão de seguidores em suas redes sociais, Jeronimo Pereira da Silva Neto, ou Neto Libras como é mais conhecido na internet, é um professor de Libras especialista em ensinar membros de igreja a se comunicarem com os surdos por meio de sinais. Graduado em Letras-Libras, ele começou nesse ramo em 2011 e já em 2013 começou a trabalhar como intérprete.

“O principal motivo que me fez ingressar nessa área foi a paixão pela língua e pela causa da comunidade surda. Hoje o meu propósito é ensinar Libras para o máximo de pessoas possível, para que, por meio dos sinais, a informação e a Palavra de Deus chegue a mais pessoas”, afirma Neto.

Ele explica que saber Libras para pregar o Evangelho é mais do que uma prestação de serviço da igreja, mas sim uma missão do cristão.

“A mensagem é a mesma, só muda a língua. Em Romanos 10 diz: ‘E como ouvirão, se não há quem pregue?’ Nós costumamos dizer ‘como verão se não há quem sinalize?’. Falar a Palavra de Deus por meio Libras é como um trabalho missionário”, ressalta.

Pandemia, lives e ex-primeira-dama aumentam procura por curso

Segundo o professor, a busca por curso de Libras aumentou sensivelmente após a pandemia, mas também houveram outros fatores.

“As lives dos famosos nas plataformas influenciaram. Muitas pessoas procuraram intérpretes de Libras para realizar as interpretações. Isso fez com que essa profissão entrasse em ascensão. E também o fato da ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, saber a língua de sinais, fez com que a Libras ganhasse uma maior visibilidade”, justifica Neto.

Com relação a aprender Libras, o professor afirma que qualquer pessoa pode aprender. “Libras é uma língua, assim como a portuguesa, porém uma língua visuo-espacial. Sendo assim, a Libras é completa em sua essência, tendo suas particularidades, facilidades e dificuldades. Não existe um tempo certo para aprender, mas a técnica certa pode facilitar o aprendizado. O mais importante é lembrar que aprender Libras é praticar empatia, amor e respeito”, finaliza.

Veja os 30 sinais em Libras mais usados nas igrejas

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