Em 2024, o movimento iniciado por Billy Graham completará 50 anos conectando ideias e iniciativas globais
Por Patricia Scott
Em setembro do próximo ano, o Movimento Lausanne celebrará seus 50 anos. Assim, o 4º Congresso de Lausanne sobre Evangelização Mundial, também conhecido como Seul 2024, será realizado, presencialmente e online, na capital da Coreia do Sul. O formato virtual do encontro ajudará a conectar influenciadores ao redor do mundo e impulsionará um estilo de colaboração global baseado em múltiplos centros.
A expectativa é reunir em Seul cerca de cinco mil participantes, representantes de todas as regiões do mundo. Desse total, os organizadores desejam receber 20% de líderes mais jovens ou emergentes (com menos de 40 anos); 40% de mulheres; e 40% de profissionais (cuja fonte de renda principal não venha de uma igreja ou organização cristã). O objetivo é promover uma ação catalizadora para o avanço das quatro perspectivas da visão do Movimento, nascido a partir da ação do evangelista Billy Graham: o evangelho para cada pessoa; uma igreja discipuladora para cada povo e lugar, líderes como Cristo para cada igreja e setor; e o impacto do Reino em cada esfera da sociedade.
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Do Leste Asiático à América Latina, da África francófona à Oceania, os diretores regionais de Lausanne ajudam a facilitar as conexões para missões. Eles lideram as iniciativas do movimento em 12 regiões continentais ou subcontinentais.
O 4º encontro global será moldado por três documentos: o Relatório de Status da Grande Comissão; uma Declaração de Seul e o Desafio de Neemias – uma nova iniciativa para acelerar a missão global, inspirada em Neemias. “O Lausanne 4 é um processo plurianual e policêntrico facilitado pela plataforma global do Movimento de Lausanne, que visa a uma colaboração catalizadora da igreja global para discipular todas as nações e moldar o mundo em 2050”, anuncia Michael Oh, diretor-executivo Global/CEO, no site do Movimento.
Com essa finalidade, ao longo deste ano de 2023 estão sendo organizados oito encontros regionais em todos os continentes: Eurásia (Quirguistão); Oceania (Fiji); Caribe (Guiana); Região Pan-asiática (Tailândia); América Latina (Uruguai); América do Norte (EUA); Região Pan-africana (Etiópia); e Europa (Hungria). O encontro latino-americano ocorrerá na capital uruguaia, Montevidéu, de 19 a 22 de setembro. Mas informações podem ser obtidas no site do movimento: https://lausanne.org/pt-br/pt-br-gatherings.
O Movimento tem mais de 30 redes temáticas diferentes, que são focadas em oportunidade ou desafios missionais. Cada uma é liderada por um Catalisador de Lausanne. Os grupos menores de influenciadores estão voltados para tópicos críticos de missões, como Evangelho e Cultura, Crianças em Risco, e Negócios como Missão.
A história
O Movimento Lausanne tem ligação direta com Billy Graham. Nos anos 1970, o renomado evangelista norte-americano percebeu a necessidade de um congresso mundial para reestruturar a missão mundial no contexto de um mundo de mudanças políticas, econômicas, intelectuais e religiosas. Ele acreditava que a igreja precisava compreender as ideias e valores por trás das rápidas transformações que ocorriam na sociedade.
Esse pensamento ocorreu porque, durante suas viagens pelo mundo, Graham conheceu muitos líderes eficazes, porém que estavam desconectados uns dos outros. A partir dessa constatação, ele desejou reuni-los e assim potencializar as ações evangelísticas. Teve início então um movimento de fomento às conexões, marcado por um espírito de humildade, amizade, oração, estudo, parceria e esperança, que Graham chamou de “o espírito de Lausanne”.
Como fruto desse esforço, em julho de 1974 mais de 2.400 participantes de 150 nações se encontraram em Lausanne, na Suíça, para o Congresso Internacional de Evangelização Mundial. A revista TIME descreveu o encontro como “um fórum formidável, possivelmente o encontro cristão mais abrangente já visto na História”. É com este espírito que os congressos mundiais, encontros mundiais e fóruns de redes temáticas e consultas foram convocados nesses quase 50 anos, resultando em inúmeras conexões, iniciativas e recursos.
O legado
Uma das heranças mais duradouras do Movimento de Lausanne tem sido os documentos. O Pacto de Lausanne, o Manifesto de Manila (lançado no 2º Congresso Mundial de Evangelização, realizado na capital das Filipinas em 1989) e o Compromisso da Cidade do Cabo (local do 3º Congresso Mundial de Evangelização, em 2010) definem os distintivos teológicos fundamentais do Movimento. O Pacto de Lausanne é amplamente considerado como um dos documentos teológicos mais importantes no movimento evangélico.
Na cerimônia de encerramento do Congresso de Lausanne sobre Evangelização Mundial, em 1974, Billy Graham e muitos dos principais líderes da igreja em nível global assinaram um documento que não tardou a se espalhar por todo o mundo. Em poucos anos, esse documento passou a ser a declaração de fé orientadora de inúmeras igrejas, novos movimentos cristãos, seminários e organizações missionárias em toda a parte.
O Pacto de Lausanne é composto por 15 artigos que definem os distintivos teológicos fundamentais. Ele foi esboçado por um comitê internacional dirigido por John Stott, tornando-se um dos documentos mais significativos da história moderna da igreja. O documento é definido pela necessidade e objetivos de evangelismo, formando o pensamento evangélico durante o restante do século.
Conheça os 15 itens que compõem o Pacto de Lausanne
- O Propósito de Deus
- A Autoridade e o Poder da Bíblia
- A Unicidade e a Universalidade de Cristo
- A Natureza da Evangelização
- A Responsabilidade Social Cristã
- A Igreja e a Evangelização
- Cooperação na Evangelização
- Esforço Conjugado de Igrejas na Evangelização
- Urgência da Tarefa Evangelística
- Evangelização e Cultura
- Educação e Liderança
- Conflito Espiritual
- Liberdade e Perseguição
- O Poder do Espírito Santo
- O Retorno de Cristo
Billy Graham: maior evangelista do século 20
“A Bíblia é mais atual do que o jornal de amanhã!” Esta é apenas uma das inúmeras celebres frases do renomado evangelista Billy Graham. O pastor pregou em 185 dos 195 países do mundo, conduzindo ao Cristianismo mais de três milhões de pessoas.
Cerca de 77 milhões de pessoas o assistiram pessoalmente e outras 215 milhões viram os discursos pela TV ou por links via satélite, de acordo com um porta-voz da Associação Evangelística Billy Graham. Os eventos evangelísticos que encabeçou a partir de 1948 foram chamados de “cruzadas” e reuniam milhares de pessoas. Em 1950, o evangelista fundou a Associação Evangelística Billy Graham, que está em atividade até os dias atuais.
A última “cruzada” de Graham aconteceu em 2005, em Nova Iorque. No dia 21 de fevereiro de 2018, o evangelista morreu, aos 99 anos, em sua casa, na Carolina do Norte (EUA), mesmo estado onde nasceu.
A matéria acima é um conteúdo da edição impressa de Comunhão n°310/2023. Clique aqui para ler a revista completa.
