A Igreja Anglicana tem passado por várias mudanças nos últimos tempos. Passou a ordenar mulheres ao sacerdócio em 1994 e bispas em 2014
Por Victor Rodrigues
O rei Charles III é o chefe da Igreja da Inglaterra, também conhecida como Igreja Anglicana. Com a morte da rainha Elizabeth II, esse papel cabe, agora, a seu sucessor, que herda o título de “defensor da fé e o governador supremo da Igreja da Inglaterra”.
A Igreja Anglicana tem raízes no catolicismo, do qual mantém muitas tradições, mas ganhou forma em meio à Reforma Protestante do século XVI.
Como outras igrejas reformadas, ela reconhece apenas dois sacramentos: o batismo e a eucaristia; na Igreja Católica Romana, em comparação, os sacramentos são sete.
A formação da Igreja Anglicana remete a séculos atrás, quando o rei Henrique VIII rompeu com o papa e o catolicismo, em 1534, sob um episódio histórico conhecido.
Henrique queria se divorciar de sua mulher, Catarina de Aragão, com quem não tinha filhos, mas a separação não foi autorizada por Roma. Ele, então, publicou dois atos – o de sucessão e o de supremacia – declarando-se chefe da Igreja da Inglaterra.
Cabe ao monarca britânico, até hoje, tarefas como aprovar a nomeação de arcebispos. Na Inglaterra, bispos desempenham papel legislativo: 26 deles têm assento na Câmara dos Comuns.
Igreja Presbiteriana
Em outros países do Reino Unido, a situação é diferente. A Igreja da Escócia, sendo presbiteriana, não tem no rei a figura de chefe supremo. Mas no dia (10), após ser aclamado rei, um de seus primeiros atos foi assinar um juramento histórico no Palácio de St. James prometendo manter o protestantismo na Escócia e a forma de governo presbiteriana.
No entanto, a Igreja da Inglaterra é a matriz da Comunhão Anglicana, que reúne 85 milhões de adeptos em 165 países. Como outros ramos do cristianismo, tem passado por várias transformações nos últimos tempos. Passou a ordenar mulheres ao sacerdócio em 1994 e bispas em 2014.
*Com informações de Valor Econômico.