A medida “limpa etnicamente os judeus” da história da antiga cidade bíblica, segundo o professor Eugene Kontorovich
Por Patricia Scott [God TV]
Ruínas antigas próximas de Jericó foram reconhecidas como “Patrimônio Mundial da Palestina”, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), no início desta semana. Cabe destacar que Jericó, localidade citada na Bíblia, é uma das mais antigas cidades habitadas do mundo. Ela está localizada em uma área da Judeia, atualmente sob controle da Autoridade Palestiniana (AP).
A votação ocorreu no momento em que uma delegação israelense participava da reunião do Comitê do Patrimônio Mundial da ONU. O evento marcou a primeira aparição pública de autoridades israelenses na Arábia Saudita.
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A decisão não agradou o governo israelense. O Ministério das Relações Exteriores de Israel divulgou que a medida constitui “outro sinal do uso cínico da UNESCO pelos palestinos e da politização da organização” e ainda prometeu “mudar as decisões distorcidas que foram tomadas”.
No entanto, o líder da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, ressaltou que a decisão “testifica a autenticidade e a história do povo palestino”. De acordo com ele, “o Estado da Palestina está empenhado em preservar este local único para o benefício da humanidade”. Em 2012, AP ganhou o estatuto de Estado observador não membro nas Nações Unidas.
Já na opinião do professor Eugene Kontorovich, diretor de direito internacional do Kohelet Policy Forum, com sede em Jerusalém, a medida da UNESCO “limpa etnicamente os judeus da história da antiga Jericó, mesmo quando os judeus em todo o mundo estavam ocupados celebrando Rosh Hoshana, um dos dias mais sagrados do ano.”
Ele destacou ainda que “[a UNESCO] também fez vista grossa à destruição contínua de antiguidades da era do Segundo Templo na área pela AP. Os Estados Unidos abandonaram a organização devido ao seu antissemitismo crônico e regressaram há apenas alguns meses, o que é obviamente um erro.”
O parlamentar Dan Illouz, do Likud e membro do Caucus da Terra de Israel do Knesset, enviou uma carta à diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay. No documento, ele apontou que “a Autoridade Palestina trabalha sistematicamente para apagar todos os laços do povo judeu com a Terra de Israel”.
Ele enfatizou também que atribuir Jericó à “Palestina” constituiria uma “interferência flagrante da UNESCO num conflito em que não é seu papel intervir. Jericó é antes de tudo uma cidade de significado bíblico. Desfocar este fato é um insulto a milhões de judeus e cristãos em todo o mundo. É nosso dever parar a subversão da Autoridade Palestina e insistir no nosso direito a nossa terra”.
Decisões da UNESCO
Em 2016, a UNESCO aprovou uma resolução negando os laços judaicos com o Monte do Templo, onde o Primeiro e o Segundo Templos Judaicos foram construídos, sendo o local mais sagrado do Judaísmo. O Muro das Lamentações é o único remanescente de um muro de contenção que circunda o Monte do Templo. Os judeus oram livremente no lugar.
O Túmulo dos Patriarcas, que fica em Hebron, está registrado em nome do “Estado da Palestina” na “Lista do Património Mundial em Perigo”. A iniciativa do Comité do Património Mundial da UNESCO ocorreu também em 2016.
Já entre 2009 e 2014, a UNESCO aprovou 47 resoluções. Desse total, 46 contrárias a Israel, sendo uma delas contra a Síria.