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sexta-feira, 3 maio 2024

A diferença entre relatar um problema à igreja e fofocar

Antes de querer relatar qualquer coisa à liderança da igreja, o membro deveria avaliar se a informação é realmente necessária de ser dita. Foto: Freepik

O motivo por trás das palavras e o modo como o assunto é tratado fazem toda a diferença.

Por Cristiano Stefenoni

A Bíblia é clara e direta: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos 3:23). Em outras palavras, ninguém é perfeito. Mesmo assim, é comum a prática de alguns membros – em seu ponto de vista – procurar o pastor para relatar a atitude de outro irmão, em que ele julga estar inadequada. Mas em que situações o crente deve procurar a liderança da igreja sem parecer fofoca?

De acordo com o pastor Wilson Roberto de Borba, mestre em teologia e em Sagrada Escritura e doutor em missão, há diferença entre “identificar um problema” e “procurar um problema”, e que existem três classes diferentes de pessoas que lidam com os problemas: os sábios, os inteligentes e os insensatos.

“O foco do homem sábio não está em procurar nem propagar um problema. Pode identifica-lo, mas seu foco sempre estará na solução. O sábio aprende com os erros e o comportamento dos outros. ‘Apliquei o meu coração a esquadrinhar e informar-me com sabedoria’ (Eclesiastes 1:13). A segunda classe é formada por pessoas inteligentes, as quais igualmente pensam de causa para efeito, mas que em algum momento ‘procuraram problemas’ e sofreram consequências desagradáveis”, explica Borba.

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O pastor ressalta que a diferença entre relatar um problema e fofocar está no motivo por trás das palavras e no modo como o assunto é tratado. Segundo ele, quando há a real intenção de ajudar, a comunicação é feita para curar e salvar.

“Nesta comunicação pode haver repreensão e confrontação em espírito respeitoso e amoroso de pai para filho, de irmão para irmão. Entretanto, o fofoqueiro não pesa as consequências de compartilhar falhas e problemas das pessoas ou da Igreja. Não compreende o valor de uma pessoa à luz do sacrifício e o preço pago por Cristo na cruz”, afirma o pastor.

Ele lembra ainda que falar mal dos outros é pecado e entristece o Espírito Santo e cita Efésios 4:29,30: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem. E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção”.

“Quando falamos de alguma pessoa revelamos mais de nós do que daquela pessoa. A maledicência é uma dupla maldição, que recai mais pesadamente sobre quem fala do que sobre quem ouve. O próprio ato de olhar para o mal nos outros desenvolve o mal em quem olha. Detendo-nos sobre as faltas do próximo, somos transformados na sua imagem”, enfatiza.

Como agir quando vejo algo que considero errado?

O pastor Borba explica que a primeira coisa é buscar o conselho e a sabedoria de Deus pela oração e pelo estudo das Escrituras para interpretar corretamente a natureza do suposto erro do referido irmão.

“A segunda coisa é aplicar a recomendação inspirada de Cristo: ‘Se teu irmão pecar [contra ti], vai argui-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão. Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça. E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano’ (Mateus 18:15-17)”, orienta Borba.

A melhor hora de procurar a liderança da igreja

O pastor sugere que, antes de querer relatar qualquer coisa à liderança da igreja, o membro deveria passar a informação por três peneiras: A da verdade, ou seja, você tem certeza de que o que irá dizer é verdade em todos os seus aspectos? A da bondade, o que você vai dizer é bom ou benéfico para edificação? E a da necessidade, realmente é necessário dizer o que você vai dizer sobre esta pessoa?

“Entretanto, se há pecado aberto na igreja, cabe aos líderes a responsabilidade de acertar as coisas. As cartas de Paulo destilavam amor pelos irmãos e as igrejas. Mas ele aprovou quando alguns da casa de Cloé informaram a ele sobre a seriedade de alguns problemas na igreja de Corinto. ‘Pois a vosso respeito, meus irmãos, fui informado, pelos da casa de Cloé, de que há contendas entre vós’ (1Coríntios 1:11)”, finaliza.

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