“Foi Deus quem criou o cabelo crespo” é uma das mensagens do livro “O Cabelo de Joyce e o Espírito Santo”
Por Carolina Leão
“‘Mas, papai’, Joyce hesitou por um instante. ‘Por que Deus nos fez diferente?’ O papai sorriu e disse, ‘Nós somos diferentes porque Deus é criativo. Cada um de nós é uma obra de arte única de Deus'”. Esse diálogo faz parte do lançamento “O Cabelo de Joyce e o Espírito Santo“, uma das primeiras histórias no mercado editorial a abordar o racismo na perspectiva cristã e infantil, escrito por Esau McCaulley e publicado pela editora Quitanda.
Nessa obra, o autor pauta o racismo desde a infância como o fio condutor da narrativa. Professor universitário e teólogo estadunidense, ele se distancia da ideia de que todos são iguais e convida o público a celebrar as diferenças. Para McCaulley, a diversidade é a imagem e semelhança de Deus.
O livro, em 32 páginas, conta a história de Joyce, uma menina inteligente e autoconfiante que vai ao salão de beleza fazer tranças para a celebração de Pentecostes. Mas ela revela ao pai uma insegurança: sente-se diferente das outras garotas da escola porque seu cabelo é crespo, e o da maioria das meninas que conhece é liso. O pai, então, inicia uma conversa com a filha sobre os ensinamentos bíblicos, a negritude e a autoestima.
Por meio da presença da figura paterna em momentos de autocuidado, o livro destaca o papel dos pais no diálogo. No fim da obra, Esau McCaulley propõe uma conversa com crianças sobre o respeito às diferenças e a visão de Deus acerca desta pluralidade.
Sobre o autor
Doutor em Novo Testamento e mestre em Teologia, Esau McCaulley é professor assistente da Wheaton College, em Illinois, nos Estados Unidos. Colunista do The New York Times e apresentador do podcast “Disrupters”, ele percorre questões como racismo e negritude a partir da visão bíblica. Em seus trabalhos, faz interpretações da Bíblia com objetivo de apresentar uma perspectiva multiétnica e social. Entre os livros escritos, o mais recente é “O Cabelo de Joyce e o Espírito Santo”, publicado no Brasil pela editora Quitanda.
