Victor Gabriel Oliveira, 24 anos, é acusado ter sido o responsável por segurar a vítima enquanto ela era esfaqueada, além de ocultar o cadáver.
Por Cristiano Stefenoni
Um quarto suspeito de participar do assassinato da cantora gospel, Sara Mariano, foi preso pela Polícia Civil nesta terça-feira (21). Ele é Victor Gabriel Oliveira, 24 anos, acusado ter sido o responsável por segurar a vítima enquanto ela era esfaqueada, além de ocultar o cadáver. Também já estão presos: Ederlan Mariano (marido e mandante), Gideão Duarte (levou Sara ao local do crime) e Bispo Zadoque (quem esfaqueou).
A prisão de Victor Gabriel aconteceu em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. De acordo com as investigações, os suspeitos confessaram que receberam de Ederlan o valor total de R$ 2 mil para executarem o crime, sendo R$ 500 para Victor, R$ 900 para Zadoque e R$ 600 para Gideão, além da promessa de R$ 15 mil que seriam investidos na carreira gospel de Bispo e outra parte dividia entre os envolvidos na ação.
Em depoimento na 25ª Delegacia Territorial Dias D’Ávila), Victor Gabriel teria confessado que segurou Sara para que Bispo Zadoque a esfaqueasse, já que ela teria entrado em luta corporal com eles para tentar se salvar. Ambos os acusados passaram pelo exame de corpo e delito e estão à disposição da justiça.
Sobre o crime
O produtor musical, Ederlan Santos Mariano, foi preso na madrugada do sábado, 28 de outubro, após confessar ter mandado matar a própria esposa, a cantora gospel e pastora Sara Mariano, de 38 anos. Ela estava desaparecida desde o dia 24 de outubro e foi encontrada carbonizada às margens da BA-093, em Dias d’Ávila, na região Metropolitana de Salvador, Bahia, na sexta-feira (27).
Segundo o delegado da delegacia de Dias D’Ávila, Euvaldo Costa, o crime já estava sendo planejado há mais de um mês. Um áudio enviado pela vítima à sua irmã, Soraya Correia, já demonstrava a preocupação da cantora com o fato do marido ser agressivo, ter se envolvido com traficantes e estar procurando uma arma para comprar.
Na sexta (27), o reconhecimento do corpo de Sara foi feito pelo marido Ederlan. A princípio, ele disse não saber onde a esposa estava indo na noite em que desapareceu. Familiares de Sara não acreditam na versão dele. Antes de confessar o crime, Ederlan chegou a ir às redes sociais para pedir ajuda às pessoas que tivessem informações sobre Sara.
Câmeras de segurança flagraram a cantora saindo da residência onde morava, no carro do casal. A cantora chegou a gravar alguns vídeos antes de desaparecer. Sara Mariano comandava a “TV Shalom”, canal na internet com mais 256 mil inscritos.
Prisões de Bispo e Gideão
Na noite de terça-feira (14) e na manhã de quarta-feira (15) deste mês, o cantor gospel Bispo Zadoque e o pregador Gideão Duarte foram presos suspeitos de participarem do crime.
Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública da Bahia, eles foram presos após o depoimento de testemunhas e das imagens das câmeras de vigilância terem mostrado o envolvimento dos dois. Zadoque foi preso em sua casa, na Ilha de Itaparica, enquanto que a prisão de Gideão ocorreu em Camaçari, em Salvador.
Ainda de acordo com as investigações, divulgadas pelo site Correio, Gideão seria motorista de confiança de Sara e a teria buscado, no dia do crime, para supostamente levá-la a um culto que nunca aconteceu. Ela teria sido morta com golpes de facão provavelmente por Zadoque, na madrugada de terça (24) para quarta-feira (25).
Pelas redes sociais dos envolvidos, dá para perceber o grau de proximidade entre a cantora assassinada e um dos suspeitos, Bispo Zadoque. “Sou fã de Deus em sua vida, amigo, amo você. Canta muito para a glória de Deus”, comentou Sara em uma postagem de Zadoque.
Revelações sobre Sara e Ederlan
No dia 6 de novembro, a mãe de Sara, dona Dolores Correia, revelou durante o programa PodZé, da BNews TV, que a filha tinha um noivo na igreja e terminou o relacionamento para casar com Ederlan, e que os dois teriam se conhecido pelo Facebook.
Briga na Justiça
No dia 1º de novembro, a família da cantora entrou com uma ação judicial de convivência na 6° Vara da Família do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) para que a mãe de Sara, Dolores Correia, tivesse o direito de ver a neta, de 11 anos de idade, filha da vítima, fruto do relacionamento com Ederlan. A criança se encontra em Salvador, sob a guarda dos pais do marido, que confessou ter matado a esposa.
Desde a morte da cantora, a criança está afastada do convívio da família materna, impedida, inclusive, de entrar em contato. De acordo com a advogada Sarah Barros, que moveu a ação, também há um pedido de guarda provisória que se encontra sob apreciação do Ministério Público Estadual (MP-BA). Neste caso, o juiz ouvirá a criança, sem a presença de parentes, para saber a sua vontade, além de avaliar um estudo psíquico social para saber onde a criança se ambientaria melhor.