22.9 C
Vitória
sábado, 4 maio 2024

Preconceito. Um gatilho para intolerância religiosa?

Gutierres Fernandes Siqueira. Foto: Reprodução

“O intolerante despreza pela cor de pele, condição social e pela fé praticada”, afirma escritor e teólogo Gutierres Fernandes Siqueira

Por Lilia Barros

A intolerância religiosa ainda é uma realidade em todo o mundo. O Brasil, do ponto de vista jurídico, é um país laico conforme artigo 5º da Constituição Federal de 1988 que assegura a igualdade religiosa e reforça a laicidade do Estado brasileiro.

O escritor e teólogo Gutierres Fernandes Siqueira explica o que caracteriza a intolerância religiosa, suas motivações e maneiras de ser combatida “É uma forma de hostilidade ou rejeição contra uma determinada fé ou seus seguidores. Ela pode se manifestar de diversas formas, como a supressão da liberdade religiosa por parte do Estado, atos violentos contra indivíduos ou grupos devido à sua crença, ou discriminação no ambiente laboral, escolar e outros aspectos da sociedade.”

Gutierre ressalta que “a intolerância religiosa pode ser originada por diferentes motivações, como o medo ou desprezo por crenças divergentes, ou a tentativa de impor uma religião sobre outras. É importante lembrar que a intolerância religiosa contraria os princípios básicos da dignidade humana e da liberdade religiosa, fundamentais para a construção de uma sociedade justa e pacífica.”

- Continua após a publicidade -

Ao analisar a intolerância religiosa contra os cristãos no Brasil, Gutierres ressalta que no passado, especialmente na primeira metade do século XX, os evangélicos sofreram no Brasil com a intolerância religiosa, mas hoje é o contrário. Vale salientar que o teólogo é autor do livro “Quem Tem Medo dos Evangélicos?”, lançado pela Mundo Cristão. 

“Infelizmente, alguns ditos cristãos tem sido perpetradores de intolerância religiosa. Talvez o caso mais escandaloso seja dos chamados “traficantes evangélicos” em algumas comunidades do Rio de Janeiro que estão expulsando adeptos de religiões afro-brasileiras. Esses conflitos têm raízes históricas profundas, remontando à época da escravidão, quando religiões africanas foram proibidas e os escravos foram forçados a se converterem ao cristianismo católico. Hoje, alguns traficantes, que antes buscavam o “passe de proteção” nos terreiros, buscam a “bênção de proteção” nas igrejas evangélicas.”

Gatilho e imposições

Segundo ele, o preconceito é um gatilho relacionado a intolerância religiosa. “Ao desprezar alguém, o intolerante o despreza pela cor de pele, condição social e até pela fé praticada”, afirma ele enquanto aponta a melhor forma do cristão se posicionar e combater a intolerância religiosa.

“Deus não força crença em alguém e nós também não devemos fazê-lo. Nossa missão é compartilhar o Evangelho, sempre respeitando as escolhas dos outros. A fé vem através do ouvir e não pela imposição de autoridades ou violência. Quando impomos nossa fé de forma violenta, deixamos de confiar no verdadeiro Senhor da obra. Além disso, a imposição violenta vai contra o amor ao próximo. Nenhum amor é verdadeiro se força alguém a amá-lo.” 

Além da garantia constitucional e da Declaração Universal dos Direitos Humanos, estabelecido pela ONU, existe a Lei nº 9.459, de 13 de maio de 1997, que prevê a punição para crimes motivados por discriminação de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, podendo ser punido com um a três anos de reclusão e aplicação de multa.

Entre para nosso grupo do WhatsApp

Receba nossas últimas notícias em primeira mão.

- Publicidade -

Matérias relacionadas

Publicidade

Comunhão Digital

Publicidade

Fique por dentro

RÁDIO COMUNHÃO

VIDA E FAMÍLIA

- Publicidade -