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sábado, 4 maio 2024

Marcha ‘Todos Contra o Crack. Todos Pela Vida’ alerta sobre uso do crack em Vila Velha

No Dia Internacional de Combate às Drogas, dia 26 de junho, a união de 22 Casas de Recuperação de Dependentes de Drogas da Grande Vitória promoveu a Marcha “Todos Contra o Crack. Todos Pela Vida”, pela orla de Vila Velha.

Sob a locução de Messias Viana, centenas de pessoas empunharam faixas alertando a sociedade sobre os malefícios do crack. As Casas de Recuperação mobilizaram participantes de todas as idades.

Durante o percurso, jovens, homens e mulheres, que viveram a triste experiência do consumo de drogas, deram depoimentos emocionados sobre sua trajetória. É o caso de Débora Zagner, que está em recuperação da Casa da Mulher, em Terra Vermelha. “Sou mãe de três crianças e estou grávida do quarto. Passei por várias terapias, até medicas, mas só o poder de Deus foi capaz de me libertar desse mal. Hoje quero uma nova vida para mim e para meus filhos”, declarou.

O jovem Leonardo, 27 anos, morador de Jardim Camburi, Vitória, e professor de educação física, deu seu testemunho de recuperação após ser atendido pelo Projeto Horta de Vida. “Tive meu lar e minha vida destruídos. Roubava objetos do meu irmão e do vizinho para sustentar o vício. Primeiro, conheci a maconha, aos 12 anos. Depois, a cocaína e, no ano passado, experimentei o crack”. Leonardo contou que gastava todo o salário que recebia e ainda começou a vender objetos pessoais. “Perdi tudo, inclusive a dignidade. Mas Deus teve misericórdia de mim”.

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Depoimentos como esse foram importantes para a sociedade entender o que o vício em drogas faz com uma pessoa. “É hora da sociedade entender que precisa ser mais participativa no trabalho de prevenção ao uso de drogas. Carecemos de políticas públicas voltadas para a prevenção e tratamento do dependente. Nós, pela fé, fazemos nosso trabalho”, falou Ledir Porto, diretor do Projeto Horta de Vida.

Os dramas dos depoentes durante a Marcha mostraram o importante empenho das Casas de Recuperação que, sem apoio de governos, têm feito um trabalho silencioso que impacta muitas vidas.

A droga

Segundo Ledir Porto, pesquisador sobre o tema, há cerda de 1 milhão de usuários de crack no Brasil. “Não estamos falando de usuários de uma droga, apenas. Falamos de uma geração que está se perdendo. E o poder público não sabe como lidar com isso”.

“O crack tem uma extensão assustadora. Há uma epidemia de usuários que reflete em toda a sociedade. Aumentam os assaltos, a violência, o abandono de crianças e bebês recém-nascidos, a prostituição de mulheres, enfim, a situação está fora de controle. Estamos diante de uma situação social de extrema gravidade”, alerta o coordenador do Projeto Vem Viver, Carlos Salvador Alves.

De acordo com os especialistas, de todas as drogas o crack é a mais perversa. Por ser inalada, atinge diretamente o pulmão e o cérebro em cerca de dez segundos. Como o efeito é rápido, o usuário quer consumir cada vez mais, para manter a sensação de prazer constante. Com a frequência, o usuário se torna dependente em menos de três vezes de utilização. As últimas pesquisas sobre a droga mostram que, em geral, 30% dos usuários de crack morrem nos primeiros 5 anos de uso.

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