“Se as autorizações forem concedidas, enfrentaremos vários dias com o risco óbvio de coisas sérias acontecerem”, disse o primeiro-ministro
Por Patricia Scott [Religion News Service]
Na Suécia, o primeiro-ministro da Suécia, Ulf Hjalmar Ed Kristersson, afirmou que está preocupado com a onda de pedidos para queimar livros sagrados no país. A declaração aconteceu, no último dia 27 de julho, ao comentar que a polícia recebeu várias solicitações de permissão.
“É a polícia que toma essas decisões, não eu. Se as autorizações forem concedidas, enfrentaremos vários dias com o risco óbvio de coisas sérias acontecerem”. Kristersson afirmou ainda que os laços de Estocolmo com as nações muçulmanas foram severamente prejudicados após o início da “crise do Alcorão”.
Vale destacar que a Suécia não tem uma lei específica que proíba a queima ou profanação da Bíblia, do Alcorão ou de outros textos religiosos. No entanto, o direito de realizar manifestações públicas é valorizado e protegido pela Constituição sueca. Assim, geralmente, a polícia permite com base na crença de que uma reunião pública pode ser realizada sem grandes interrupções ou riscos à segurança pública.
É importante lembrar que, recentemente, ocorreu na Suécia uma série de profanações públicas do Alcorão por parte de ativistas anti-islâmicos. Após a queima do Alcorão, o muçulmano Ahmad Alush ressaltou que recebeu permissão para fazer o mesmo com uma Bíblia do lado de fora da embaixada israelense, na Suécia.
No entanto, o ativista afirmou que não tinha real intenção de queimar um livro religioso. Segundo Alush, o objetivo era chamar a atenção para a necessidade de se “respeitar todas as religiões”.
“Ninguém deveria fazer isso. Quero mostrar que a liberdade de expressão tem limites que devem ser levados em conta”, comentou na ocasião, demonstrando incômodo com a queima do Alcorão.