O líder religioso diz que ou as igrejas evangélicas se unem à Igreja das Três Autonomias, que é controlada pelo governo, ou os pastores e presbíteros acabam na prisão
Por Patricia Scott [Bitter Winter]
Na China, o pastor Wang Changchun foi preso no primeiro semestre de 2023. A detenção ocorreu quando ele viajava para a antiga cidade de Lijiang, na província de Yunnan. O líder religioso esteve em uma prisão em sua cidade natal, Bengbu, na província de Anhui.
Bastante conhecido, Wang lidera a Igreja Bengbu Living Stone Reformed. Em 2018, ele foi um dos líderes da igreja doméstica que assinou o “Regulamento sobre Assuntos Religiosos de 2017”, uma declaração polêmica contra o repressivo governo chinês.
- China: alunos são pressionados a renunciar a fé cristã
- China lança plataforma para cadastro de líderes religiosos
O documento foi elaborado pelo pastor Wang Yi, da Igreja Early Rain Covenant de Chengdu. Ele foi condenado, posteriormente, em 2019, a nove anos de prisão.
Quando Wang assinou a declaração contra as novas políticas religiosas de Xi Jinping, ele tinha conhecimento que enfrentaria uma situação difícil, mas também sabia que estava assinando um “documento profético”. De acordo com o pastor, “a era da tolerância para igrejas domésticas independentes já estava chegando ao fim”.
Isto porque, conforme esclarecimento do líder religioso, só há duas opções no país para as comunidades de fé: as igrejas evangélicas se unirem à Igreja das Três Autonomias, que é controlada pelo governo, ou os pastores e presbíteros acabam na prisão. Assim, na última sexta-feira (18), a Igreja Reformada Bengbu Living Stone informou que o pastor Wang Yi teve a sentença alterada indevidamente pelas autoridades da China.
A Procuradoria Popular do Distrito de Yuhui mudou a acusação de “operações comerciais ilegais” para “fraude”. Esse crime acarreta pena máxima maior, de sete anos. Dessa forma, o pastor Wang foi formalmente preso.
