Pastores da ICM falam sobre o privilégio que é fazer a obra de Deus
Por: Victor Rodrigues
Ao redor de todo o mundo, homens da Igreja Cristã Maranata – incluindo obreiros, diáconos e pastores – se unem em um mesmo propósito: revelar que o Senhor Jesus está vivo, manifestar a presença real de Cristo no meio da Igreja e preparar a Noiva para o arrebatamento. Esses líderes, que entenderam o quanto fazer a obra de Deus é um privilégio, compõem o Ministério Voluntário da ICM, com mais de 3 mil integrantes.
O ministério leigo nasceu ao final da década de 1970 e início dos anos 1980. Naquele momento inicial da história da Igreja Cristã Maranata, ainda com um número pequeno de membros, o Senhor deu uma orientação de que o ministério na ICM seria leigo, e não profissional.
A princípio, alguns pastores até eram assalariados. Entretanto, a direção do Espírito Santo na época foi para que o ministério voluntário fosse exercido por pessoas que tivessem uma profissão. E não poderia ser de outra maneira. Isso porque a maior preocupação da ICM sempre foi observar e cumprir o que está no Evangelho.
“Entendo isso como ação do Espírito Santo. Por que digo isso? Porque nós nunca convocamos, obrigamos nenhum dos nossos irmãos a serem voluntários. Partiu de cada um deles, como uma ação do Espírito Santo na vida de gratidão a Deus”, revela Ferreira. – Pastor Ricardo Ferreira de Azevedo da Igreja Cristã Maranata em Novo México I – Vila Velha
Quanto à fundamentação bíblica para o ministério voluntário, o pastor e empresário Anchieta Carvalho destaca o momento em que o apóstolo Paulo, estando na cidade de Mileto, manda chamar os anciãos de Éfeso e instrui-os sobre o exercício do ministério. “Com destaque especial para lembrança de que ele não havia sido pesado para a igreja, ao contrário, trabalhou para suprir as suas necessidades e também as necessidades daqueles que estavam com ele”, aponta.
Ministério voluntário na Bíblia
• “Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto”
(I Pedro 5:2).
• “Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado” (1 Coríntios 9:27).
• “E nos afadigamos, trabalhando com nossas próprias mãos” (1 Coríntios 4:12). “Porque bem vos lembrais, irmãos, do nosso trabalho e fadiga; pois, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós, vos pregamos o Evangelho de Deus”
(1 Tessalonicenses 2:9).
• “Nem de graça comemos o pão de homem algum, mas com trabalho e fadiga, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós” (2 Tessalonicenses 3:7-8).
O pastor destaca ainda a mensagem de Atos 20: 33-34: “De ninguém cobicei a prata, nem o ouro, nem o vestuário. Sim, vós mesmos sabeis que para o que me era necessário a mim, e aos que estão comigo, estas mãos me serviram”.
Sob esse entendimento, líderes da ICM em todos os continentes defendem que desenvolver o ministério fundamentado em princípios da Palavra é algo muito importante. E, apesar de as igrejas do Leste Europeu terem sua própria sede administrativa, constituem o corpo da ICM no mundo e, da mesma forma, estão ligadas à instituição na parte doutrinária. “Isso é muito bom, todos se sentem úteis, e essa ligação é mais espiritual, voltando-se para a Bíblia, que fala da comunhão, daquilo que é corpo. Isso que é o mais importante para nós”, garante o pastor Amadeu Loureiro, que também é médico.
Ele reitera ainda que o ministério leigo na ICM se mantém por ter nascido como resultado de um anseio profundo de realizar a obra do Espírito Santo sem interesse secular. “Atualmente, embora o tempo esteja escasso para associar a vida profissional à pastoral, o Senhor tem dado todos os recursos para o exercício do ministério voluntário. E isso somente é possível em uma obra que seja do Espírito Santo”, afirma.
Profissões diversas
A liderança voluntária da Igreja possui profissionais que atuam em diferentes áreas de mercado, explica o advogado Sérgio de Carlos Souza, pastor na ICM há 22 anos. “Desde pessoas muito graduadas, empresários e profissionais liberais a pessoas com trabalhos mais simples. Entretanto, isso independe, mas é algo notável o que Deus tem feito no nosso meio através dessa entrega voluntária dos pastores. E isso é extensivo também aos diáconos e obreiros nesta obra”, aponta.
E o pastor Ricardo Ferreira, que é produtor de rádio, enfatiza a diferença de ação na área profissional, que exige de cada um de nós o melhor desempenho a fim de produzir para a empresa, enquanto o ministério voluntário está relacionado com uma visão bíblica de serviço e do profético, alinhado com o que diz a Palavra de Deus.
“Entendo isso como ação do Espírito Santo. Por que digo isso? Porque nós nunca convocamos, obrigamos nenhum dos nossos irmãos a serem voluntários. Partiu de cada um deles, como uma ação do Espírito Santo na vida de gratidão a Deus”, revela Ferreira.
Para aqueles que têm vontade de ingressar no ministério voluntário e esperam exercer uma função de liderança na ICM, existem algumas premissas primordiais. Em primeiro lugar, o ministério de liderança voluntária tem que ser realizado por pessoas que estão sendo despertadas pelo Senhor.
Atuar na liderança voluntária é uma oportunidade de oferecer ao Senhor um serviço de gratidão e louvor. De antemão, o pastor Ricardo oferece um conselho: “Ser fiel e aguardar o tempo determinado que o Senhor vai conduzi-lo a essa função nobre que é ser um obreiro”.
“Para mim, ministério é um chamado por revelação do Espírito Santo e para andar na revelação, isto é, na direção do Espírito Santo”, afirma. – Pastor Josias Rocha Júnior da Igreja Cristã Maranata em Mar Azul – Vila Velha
Ato de gratidão
Contribuir com a obra do ministério voluntário é participar de algo que todos já receberam. A princípio, cada um é devedor ao Senhor por tudo de bom que Ele tem feito. Assim, à medida que o Senhor permite servi-lO de maneira voluntária dentro do exercício do ministério, isso gera alegria e gratidão.
Esse é o caso de Josias Rocha Júnior, pastor e publicitário. Envolvido com a obra da ICM desde os 8 anos de idade, garante que essa é uma experiência que pode ser vista no coração e nos olhos dos irmãos quando realizam o ministério voluntário com dedicação. “Desde as irmãs que cuidam das flores, por exemplo, os irmãos que têm suas profissões, que têm suas atividades, mas ao mesmo tempo cuidam da igreja, até os pastores”, revela.
O ministério voluntário representa o amadurecimento do servo. “Desde quando entra na igreja, ele é movido pelo Espírito Santo para isso. O ministério vem como uma consequência e um aperfeiçoamento, como um amadurecimento do servo no seu voluntariado desde o início, por amor e por gratidão”, conclui o pastor Josias.
Na vida do pastor e empresário Anchieta Carvalho, o ministério pastoral nasceu através de uma experiência com a manifestação do querer de Deus. “Para mim, ministério é um chamado por revelação do Espírito Santo e para andar na revelação, isto é, na direção do Espírito Santo”, afirma.
Ele ressalta que a obra do Espírito Santo na vida de cada um daqueles que decidiram participar do chamado voluntariado faz parte de um projeto eterno. “Portanto, é temerário ingressar no ministério sem esse entendimento”.
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