O discipulador precisa ser uma pessoa que tenha intimidade com o Caminho, que é Jesus e seus ensinos
Por Erasmo Vieira
“E as palavras que me ouviu dizer na presença de muitas testemunhas, confie-as a homens fiéis que sejam também capazes de ensiná-las a outros”. 2 Tm 2:2(NVI)
Num final de semana, três jovens amigos decidiram fazer um passeio de bicicleta. Mesmo inexperientes, eles pedalaram 66 quilômetros em três horas e meia. Foi razão de sobra para celebrarem o grande feito de resistência e velocidade.
Cansados, foram para uma pousada para pernoitar. Na manhã seguinte, enquanto se preparavam para voltar, encontraram um bom amigo que havia pedalado os 66 km e estava se preparando para retornar.
Como ciclista experimentado, reúne os amigos e lhes dá as instruções sobre retas, curvas, marchas e, em seguida, diz: “Sigam-me e façam o que eu faço”. E partem.
Quando chegam à cidade, cansados, mas felizes por terem aplicado as instruções do experimentado ciclista, ficam espantados ao checarem seus relógios. Tinham feito o mesmo percurso em duas horas e meia.
É claro que a ideia aqui é a urgente necessidade de ajuda aos noviços na fé. A necessidade de pessoas experimentadas, competentes e comprometidas que possam dar as orientações para o desenvolvimento espiritual de todos que chegam à igreja. E as qualificações do discipulador? Como na história, o ser amigo e conhecido transmite confiabilidade.
O “X” está fora do ar, mas qual é o “X” da questão? - Juristas já discutem e questionam diversos aspectos da decisão. Vamos ter de esperar os próximos dias para saber onde tudo isso vai dar 
Discipulado: a quem você está seguindo? - Conscientes ou não, todos estão seguindo alguém e todos estão sendo seguidos por alguém É essa confiança que produz a abertura para ouvir e seguir as orientações transmitidas. Depois, há de ser uma pessoa experimentada. O ciclista não apenas conhecia o percurso como já havia transitado por ele várias vezes. Assim, o discipulador precisa ser uma pessoa que tenha intimidade com o Caminho, que é Jesus e seus ensinos. Outro aspecto é o preparo físico do ciclista para pedalar 66 km em 2 horas e meia.
O discipulador precisa desse preparo espiritual com uma vida exemplar que gere autenticidade na sua missão de ensinar. A forma como a Bíblia vê essa ideia: “O que está sendo instruído na palavra partilhe todas as coisas boas com aquele que o instrui” Gl 6:6(NVI).
William Kelly (1821-1906) foi um fantástico estudioso da Bíblia, de tal modo a ser considerado no Reino Unido um acadêmico que mesclava o profundo conhecimento bíblico com uma piedosa espiritualidade e a doçura pastoral. Certa feita, ele estava preparando um jovem, seu parente, a se preparar para o ingresso no Dublin College e isso chamou a atenção de outros professores da famosa escola.
Eles o incentivaram a entrar na faculdade, como professor, porque isso daria destaque para ele. Quando Kelly mostrou total falta de entusiasmo em aceitar aquela ideia, eles ficaram perplexos. Um deles perguntou em quase desespero: “Mas, sr Kelly, você não está interessado em fazer seu nome famoso no mundo?” Ao que Kelly sabiamente replicou: “Que mundo, senhores?”
O discipulador deve ser acima de tudo um servo. O nome famoso que ele deve destacar é o do Senhor Jesus. O nome sobre quem ele deve ensinar é o doce nome de Jesus. Os ensinos que deve ministrar são aqueles que Jesus Cristo ensinou. O estilo de vida que deve ter e que deve dar como exemplo é o modo de vida de Jesus.
A forma de falar nos relacionamentos deve ser do mesmo jeito que comunicava. A forma de relacionamento deve ser a mesma que Jesus usou para acolher quem lhe procurava. Como dizem as Escrituras: “Os discípulos não são maiores que seu mestre. Mas o aluno bem instruído será como o mestre”. Lc 6:40(NVT).
Erasmo Vieira é pastor e psicólogo.
