Dados sobre o uso do cigarro eletrônico, o vape, fazem parte do “Global Tobacco Epidemic Report 2025”, documento divulgado nesta segunda-feira (06)
Os dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) soam como um alerta grave para pais, igrejas, educadores e autoridades sanitárias: mais de 15 milhões de adolescentes (entre 13 e 15 anos) em todo o mundo já fazem uso de cigarros eletrônicos (vapes), segundo relatório divulgado nesta segunda-feira (06) pela organização.
O relatório foi apresentado em Genebra e faz parte do “Global Tobacco Epidemic Report 2025”, documento anual da OMS que acompanha políticas de controle do tabaco e que constatou que, em todo o planeta, 100 milhões de pessoas utilizam o dispositivo.
A organização também reiterou que não há evidências suficientes de que os cigarros eletrônicos ajudem a parar de fumar e que eles podem causar danos semelhantes ao tabaco tradicional.
Esse número impressionante salta aos olhos quando contrastado com políticas nacionais. No Brasil, por exemplo, a Anvisa já proibiu em 2024 a fabricação, comercialização, importação e propaganda desses dispositivos.
De acordo com o relatório da OMS, o consumo de cigarros eletrônicos entre adolescentes cresceu mais de 30% nos últimos cinco anos — especialmente em países de renda média e alta.
A agência alerta que estratégias agressivas de marketing pela indústria do vape — sabores doces, embalagens chamativas, apelo visual nas redes sociais — têm atraído jovens não usuários de nicotina a começarem a usar esses dispositivos.
Perigo
Estudos científicos já apontam que o “vapor” desses aparelhos não é inofensivo. Substâncias tóxicas, como compostos carbonílicos, metais pesados e partículas finas, podem estar presentes no aerossol gerado.
Além disso, há a síndrome conhecida por EVALI (Lesão Pulmonar Associada ao Uso de Cigarro Eletrônico), que desde 2019 ocasionou centenas de hospitalizações e dezenas de óbitos em todo o mundo — inclusive casos notificados no Brasil.

