“A questão do banheiro é biológica, não de orientação sexual. Como vamos proteger as meninas de abusos?”, perguntou um servidor
Por Patricia Scott
O Centro de Educação da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) adotou a utilização de banheiros transgêneros. A nova medida foi aprovada em setembro de 2021. No entanto, começou a ser praticada no final de abril, com o retorno das aulas presenciais da faculdade.
Com a nova resolução fica permitido o uso dos banheiros feminino e masculino por qualquer estudante que se declare homem ou mulher. Na prática, com a mudança, um homem biológico autodeclarado transexual, pode utilizar o banheiro feminino. Da mesma forma, uma mulher biológica trans, está liberada para usar o banheiro masculino.
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O Conselho Departamental do Centro de Educação da Ufes afirmou que a resolução tem o objetivo de “garantir o uso de banheiros, vestiários e demais espaços segregados por gênero nos prédios do Centro de Educação conforme o gênero que pessoas transexuais, travestis e transgêneros se reconhecem, não devendo ser imposto o uso deste ou daquele conforme o sexo biológico, mas respeitada a escolha de acordo com a identidade de gênero”.
A partir da determinação da nova medida, cartazes, informando sobre a mudança, foram colocados nos banheiros. Também ficou estabelecido que servidores e funcionários terceirizados recebam formação para garantir o respeito ao nome social e a identidade de gênero de pessoas transexuais, travestis e transgêneros. A assessoria de imprensa da Ufes informou que a faculdade já promoveu formação em encontros sobre a diversidade sexual.
No entanto, professores e servidores contrários à resolução ressaltaram que a mudança não foi feita com a discussão da comunidade acadêmica. Segundo eles, a medida afeta, principalmente, as mulheres. “A questão do banheiro é biológica, não de orientação sexual. Como vamos proteger as meninas de abusos?”, perguntou um servidor. Vale destacar que por medo de retaliações ou ações judiciais, parte da comunidade da faculdade que é contra a mudança tem permanecido em anonimato.
A Campanha pelos Direitos Humanos das Mulheres alertou para o risco que mulheres enfrentam com a adoção de banheiros transgêneros. “É impossível comprovar que um indivíduo tenha ou não uma ‘identidade de gênero’; não há exames para atestar isso”.
A representação frisou ainda que defende o direito de todo ser humano a viver sem violência e, obviamente, inclui indivíduos que não aceitam o próprio sexo biológico e que se sentem constrangidos ou ameaçados nos espaços do próprio sexo. “Porém, a solução não é transferir esse mesmo constrangimento e sensação de ameaça para as meninas e mulheres”.
Segundo organizações pela proteção da mulher, são inúmeros os casos de homens que se aproveitam dessa política. Eles fingem uma orientação sexual para cometer abusos.
Com informações Gazeta do Povo