O conflito étnico já gerou mais de 120 mortes, mais de 50 mil cristãos foram deslocados de suas casas e pelo menos 350 igrejas destruídas
Por Patricia Scott [Portas Abertas e Christian Post]
O Parlamento Europeu adotou uma resolução condenando a violência contra minorias religiosas, especialmente os cristãos, no estado de Manipur, na Índia, na última semana. O conflito entre os grupos étnicos kuki (maioria cristã) e meite (maioria hindu) está quase completando três meses.
A onda de violência já causou mais de 120 mortes e mais de 50 mil cristãos foram deslocados de suas casas. Relatórios da Portas Abertas revelam que pelo menos 350 igrejas e milhares de casas e propriedades cristãs foram destruídas, incendiadas e vandalizadas nos conflitos.
“O governo indiano precisa urgentemente agir para cessar a violência em Manipur e proteger as minorias religiosas, que inclui a comunidade cristã”, afirmou um dos legisladores da União Europeia. Segundo Portas Abertas, a resolução é um importante movimento da comunidade internacional sobre a crise em Manipur, que até então estava sendo ignorada.
A petição do Parlamento Europeu solicitou que o governo indiano “combata a impunidade e responda para conter a violência de acordo com os direitos humanos”. “Embora as autoridades indianas muitas vezes gostem de se gabar de que o país é a maior democracia do mundo, a intolerância e a violência contra as minorias religiosas pintam um quadro diferente”, disse a eurodeputada Miriam Lexmann, durante um debate sobre a petição.
Segundo ela, “esses ataques contra os cristãos não são incidentes isolados. Eles são organizados, deixando para trás destruição e vidas despedaçadas. A União Europeia não pode fechar os olhos para esses crimes”.
A petição também foi bem aceita pela organização cristã americana Alliance Defending Freedom (ADF). “A ADF International saúda a petição do Parlamento Europeu sobre Manipur e se junta à UE para pedir uma ação urgente para restaurar a calma e garantir um diálogo inclusivo com a participação da sociedade civil e das comunidades afetadas como saída para a crise”, afirmou Adina Portaru, advogada sênior da ADF International em Bruxelas.
Ela destacou ainda que “já passou da hora de a Índia não apenas abordar a situação em Manipur, mas também acabar com quaisquer leis e políticas que obstruam a liberdade de religião. Nossas orações estão com o povo da Índia”.
Pedido de investigação
Além do pedido para parar a violência, o Parlamento Europeu também pediu uma investigação independente para analisar casos de impunidade relatados pelos parceiros da Portas Abertas. “A decisão alimenta a esperança de que em breve o terrível conflito possa cessar ou, ao menos, se tornar menos intenso”, afirma a organização missionária.
Parceiros da Portas Abertas continuam socorrendo as vítimas da violência com recursos básicos de sobrevivência.
Já foram distribuídos 850 cestas básicas com arroz, lentilha, batata, cebola, leguminosas, soja, óleo, sal, chá, itens de higiene, velas e baldes e mais de 100 conjuntos de utensílios domésticos com duas panelas com tampa, uma tigela grande, cinco pratos, cinco potes pequenos e duas colheres.
Milhares de cristãos precisaram fugir de casa. A maioria deles está vivendo em acampamentos para deslocados internos.
Testemunho das vítimas
“Não apoiamos os ataques. Somos simples cristãos meitei. Nossa igreja foi destruída. Não fazemos parte dos grupos que apoiam a luta. Olhem os danos que eles causaram. Isso é muito ruim e resultado de ações imprudentes que prejudicaram nossas propriedades também”, testemunha um cristão meitei ao olhar para a igreja destruída no conflito.
“A igreja está destruída, mas, se Deus quiser, pode reerguer a sua santa igreja. Espero que a destruição nos faça mais fortes e unidos”, disse um cristão da comunidade kuki. Continue orando pelos cristãos em Manipur.
Na Índia, os cristãos são vítimas de ataques violentos e precisam de ajuda para sobreviver e manter as igrejas locais fortes e gerando frutos. Para colaborar com o trabalho da Portas Abertas, acesse o link.