A partir dos parâmetros estabelecidos pelo órgão, os países parceiros, como o Brasil, terão de se adequar ao “novo contrato social”
Por Patricia Scott
A Unesco, oficialmente o órgão da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, divulgou, recentemente, o documento “Reimaginando nosso futuro juntos”. Nele, há metas bem audaciosas a serem alcançadas até o ano de 2050. A ideia é promover “mudanças radicais” no modelo da educação ao redor do mundo. Segundo a Unesco, este é um “novo contrato social para a educação”.
Curiosamente, a publicação pouco menciona a qualidade na aprendizagem. No entanto, faz críticas ao “patriarcado”, exalta o feminismo, além de ressaltar que o apreço pelo rigor científico é etnocêntrico e deve ser questionado.
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A partir dos parâmetros estabelecidos pela Unesco, os países e as organizações parceiras, como o Brasil, terão de se adequar ao “novo contrato social”. “Nós precisamos de um novo contrato social para educação que possa reparar injustiças ao mesmo tempo em que transforma o futuro”, afirma a introdução do documento.
Vale ressaltar que o guia da Unesco incorpora boa parte do vocabulário da esquerda contemporânea, como o termo “descolonizar” (remover a suposta carga cultural dos países colonizadores) e patriarcado (a noção de que as estruturas da sociedade são inerentemente machistas). A ideia do órgão internacional é propagar esses assuntos à sala de aula.
Para a Unesco, o patriarcado é um sistema que deve ser combatido. Isto porque os papéis masculinos em sociedade são opressivos e discriminatórios. Já o termo “aprender a desaprender” é para desconstruir as memórias coletivas e as tradições culturais.
O foco no feminismo é evidenciado quando é citado as “perspectivas feministas” dentro de movimentos liderados pela juventude. Há também uma preocupação com o racismo, ciência etnocêntrica apontando para a “não neutralidade”.