Como a falta de presença paterna afeta os filhos e a importância de resgatar os valores cristãos para uma paternidade saudável
Por Patrícia Esteves
A ausência paterna é uma realidade preocupante em famílias ao redor do mundo, e está afetando profundamente a dinâmica familiar e o desenvolvimento dos filhos. Nos últimos anos, observa-se um número crescente de pais que, embora fisicamente presentes, estão emocional e espiritualmente distantes, deixando um vazio que impacta as gerações futuras. Mas existe uma solução e ela é Deus.
Recentemente, o pastor e cantor André Valadão deu um testemunho emocionado que foi publicado em redes sociais sobre como o seu pai, o pastor Márcio Valadão, é um homem amoroso, um exemplo de paternidade a ser seguido, sendo que ele próprio não teve uma figura paterna amorosa e acolhedora.
“Se você tem um pai maravilhoso, isso é um presente. Eu também tenho, meu pai é a prova de que um homem pode ser um bom pai à medida que conhece Deus. Quanto mais conhecermos Deus, melhor será nossa paternidade”, declara.
Valadão, então, apresentou sua perspectiva de como a verdadeira paternidade só é plenamente alcançada quando o homem se reconcilia com Deus como Pai, e esse é o ponto de partida para se tornar o pai que os filhos precisam, independentemente das falhas herdadas de gerações passadas.
“Apesar de todas essas adversidades, eu tenho um pai maravilhoso, incrível. Por quê? Porque ele conheceu Deus como Pai. As falhas do seu pai não justificam que você seja um pai ruim. Eu sou a prova viva de um pai que não recebeu afeto nem provisão, mas se tornou um grande pai porque encontrou a verdadeira paternidade em Deus”, testemunhou sobre o líder da Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte/MG.
Órfão de pai vivo
Na sociedade contemporânea, com suas demandas e desafios, os homens estão negligenciando seu papel de pais, delegando a terceiros a responsabilidade de criar e educar seus filhos. Esse fenômeno, chamado por muitos de “orfandade de pais vivos”, tem consequências graves para o desenvolvimento das crianças e adolescentes, que crescem sem a figura paterna atuante.
No contexto cristão, essa crise é ainda mais alarmante, uma vez que o papel do pai, segundo a Bíblia, vai além de prover sustento material. A Palavra destaca o dever do homem de liderar sua família, instruir seus filhos no caminho do Senhor e ser exemplo de fé e amor. A ausência desse papel essencial resulta não só em lares desequilibrados, mas também em filhos que crescem sem um referencial espiritual sólido. Como aponta o pastor e escritor Renato Vargens, “a omissão masculina no processo educativo, de discipulado e de condução das famílias é um reflexo da desconstrução de valores bíblicos que antes eram centrais na sociedade”.
Terceirização
Essa desconexão entre pais e filhos se manifesta de diversas formas. Muitos pais, absorvidos pelas exigências do trabalho e pela busca de sucesso profissional, acabam por negligenciar a convivência com seus filhos. O resultado é a “terceirização” da educação, tanto em termos acadêmicos quanto espirituais. Vargens destaca: “A gente vive num tempo em que […] homens se tornaram trabalhadores compulsivos, vivem para o trabalho e dedicam pouquíssimo tempo aos seus filhos, não proporcionando, com isso, um desenvolvimento relacional saudável”.
Outro ponto levantado por Renato Vargens é a omissão masculina no papel espiritual dentro do lar. Segundo ele, muitos pais deixam de liderar suas famílias no temor do Senhor, abrindo mão de conduzir o culto doméstico e de serem referências espirituais para seus filhos. Em consequência, as esposas acabam assumindo essa responsabilidade, acumulando funções e enfrentando sozinhas o desafio de criar filhos segundo os preceitos cristãos.
O pastor ressalta que “essa inversão de papéis reflete a crise mais ampla da masculinidade e da paternidade, onde os homens abdicam de seu papel de liderança, proteção e provisão espiritual, transferindo essa carga para suas esposas”.
O resgate da paternidade bíblica é urgente e essencial para a restauração das famílias e o desenvolvimento saudável das futuras gerações. A ausência paterna, seja física ou emocional, tem deixado marcas profundas, mas a reconciliação com Deus como Pai pode transformar a paternidade. Quando o homem se reconecta com os valores cristãos e assume seu papel de líder espiritual no lar, ele não só provê sustento material, mas também um exemplo de fé e amor que molda o caráter de seus filhos. Assim, a verdadeira paternidade não é determinada pelo passado, mas pela escolha de seguir o modelo de Deus, o Pai perfeito.
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