Um milhão de argentinos foram às ruas da capital. O Senado analisa nesta quarta-feira (8) o projeto de lei aprovado pelos deputados que legaliza o aborto.
Nesse fim de semana milhares de evangélicos protestaram contra o aborto na Argentina. É que o Senado do país vai votar no próximo dia 8 a lei que legaliza a prática. E pode mudar a decisão da Câmara dos Deputados que aprovou a lei em Junho.
Segundo os organizadores, o protesto foi o maior dos últimos anos. O lema foi “Salvemos as duas vidas”. Participantes usaram lenços azuis, que caracteriza o movimento pró-vida no país. Pastores organizaram vigílias e promoveram campanhas de orações para que a lei não passe.
“O aborto é uma prática criminosa e não uma política de saúde, como se tenta instalar”, disse um dos organizadores.
Senado
Na próxima quarta-feira (8), o Senado vai analisar o projeto de lei que já foi aprovado pelos deputados. O debate, que divide a sociedade e atravessa horizontalmente os partidos políticos, foi lançado pelo presidente Mauricio Macri. Mas sua coalizão concentra muitas vozes contrárias.
“Duvido que se aprove a lei porque é um atropelo à nossa Constituição e sei que os senadores não vão permiti-lo. A Argentina é pró-vida”, disse uma das manifestantes, Josefina Blanco à AFP.
“Queremos um país onde não se veja o aborto como uma opção. O Estado estará avalizando um crime”, declarou à AFP Sebastián Staropoli, outro manifestante.
Na Argentina, o aborto é descriminalizado em caso de gravidez decorrente de estupro ou quando põe em risco a vida da mulher, mas segundo ONGs são realizados cerca de 500.000 abortos clandestinos ao ano no país.