Com a taxa de divórcio batendo recorde anualmente, é cada vez mais necessário o cristão avaliar com quem pretende formar uma família.
Por Cristiano Stefenoni
Mais de 386 mil divórcios registrados pelo IBGE, no levantamento feito em 2021, alta de 16,8% em relação a 2020, um recorde. Entre os principais motivos que levam a separação, o fator “Crescer individualmente e não como casal” vem em primeiro lugar, à frente de “brigas” e “infidelidade”, segundo pesquisa publicada no Journal of Family Psychology. Ou seja, o fator determinante ainda são as diferenças individuais que geram incompatibilidade.
Mas será que Deus “escolhe” pessoas para serem felizes com outras, como fez com Isaque e Rebeca (Gênesis 24)? O que deve ser levado em consideração antes de dizer “sim” para o “até que a morte os separe”? Para o pastor e pedagogo, Alacy Mendes Barbosa, líder do Ministério de Família na Divisão Sul Americana IASD, especialista em Psicologia Organizacional, a vontade do Senhor para a escolha do cônjuge está relacionada a alguns princípios.
“Deus nos dá um conjunto de atributos para avaliarmos com quem queremos casar. Senão, todas às vezes que a pessoa escolher errado, a ‘culpa’ será de Deus, tipo: ‘orei mas deu tudo errado’. Entre os atributos a serem observados estão: a pessoa ser da mesma fé, ter a mesma posição econômica, idades parecidas, propósitos semelhantes, ser fiel, leal, que fale sempre a verdade, que esteja disposto a honrar seu compromisso e seja temente ao Senhor”, explica Barbosa.
Por outro lado, o pastor Alacy lembra que não apenas os pontos positivos, mas também os negativos devem ser observados. “Se a pessoa mente, engana, é dissimulada, não tem responsabilidade, não sonha com o futuro, não tem objetivos, não é temente ao Senhor, então, não está de acordo com aquilo que Deus me orienta a qual devo buscar em alguém para ter uma vida, uma família. Daí devo ter muito cuidado e repensar minha decisão”, alerta o pastor.
Para as pessoas que insistem em um relacionamento que foge dos princípios divinos, o pastor enfatiza que Deus respeita o livre arbítrio de cada um, mas é necessário que a pessoa assuma as consequências de suas escolhas.
“Pode acontecer da mesma forma como foi com Sansão: Deus orientou, os pais aconselharam, mas mesmo assim ele fez como queria e a sua vida foi uma tragédia, que não precisava ter sido. Então, se a pessoa quer contrariar os princípios divinos, ela tem a liberdade para fazê-lo, mas o final dessa história provavelmente também será trágico”, afirma.
O pastor lembra ainda que, caso a pessoa case com alguém diferente daquilo que Deus orienta que seja, há sim esperança de transformação do cônjuge, mas será uma missão difícil. “Deus pode salvar? Pode! Ele vai operar uma mudança no coração? Depende se a pessoa vai permitir que isso aconteça. Conheço apenas um caso que isso deu certo, é algo muito raro. Quase sempre termina em dor e tristeza”, finaliza.