Domingo, dia 7 de junho, foi realizada em São Paulo a 19ª Parada Gay. Fazendo uma comparação com 2010, quando este evento reuniu mais de 1,5 milhões de manifestantes – tendo inclusive entrado para o Livro dos Recordes -, nesta edição não chegou a 20 mil pessoas.
Penso que somente este fato já mereceria uma análise cuidadosa das razões de toda esta queda. Diante disso, percebo que há algo muito errado neste evento. É importante ressaltar que os organizadores não podem reclamar de nada, pois receberam da Prefeitura de São Paulo R$ 1.300.000,00, além do patrocínio da “falida” Petrobras, da Caixa Econômica Federal (ambas empresas públicas, logo, foi empregado dinheiro público nesta ação) e da Netflix. Somando todos estes valores, o evento ultrapassa mais de R$ 2.500.000. Ou seja, um custo de R$ 125 por pessoa!
É importante que eu diga que não sou contra a manifestação, pelo contrário, a Constituição Federal assegura para qualquer cidadão o direito de manifestar-se. É lógico que essa mesma Constituição, impõe alguns limites, sendo que estes limites não são só contra gays e lésbicas e sim para qualquer cidadão brasileiro. O problema é que o grupo LGBT não aceita de forma alguma, opiniões contrárias àquelas pregadas por eles. Para isso, cunharam um eufemismo chamado “homofobia”. Para eles, todo mundo que não pensa, defende, concorda, apoia e pratica o que eles querem são homofóbicos. Isso é reducionismo apologético.
Nesta parada gay, duas coisas me assustaram. Primeiro, na ânsia de contrapor a “homofobia”, a parada proporcionou cenas, no mínimo incoerentes, por exemplo, um manifestante, no meio da rua, enfiou no ânus um crucifixo. Outra pessoa colocou o crucifixo como um “tapa-sexo”, um travesti debochou da crucificação de Cristo, um grupo sem roupas fez seu protesto nas escadarias de uma igreja evangélica, colocaram Jesus beijando um outro homem, etc. Se isso não é intolerância eu não sei o que é. Um líder do movimento LGBT reagiu dizendo que esta era uma forma de responder as agressões sofridas, ou seja, eles acreditam e praticam o “olho por olho, dente por dente”.
Com tudo isso, volto a frisar que de acordo com as leis brasileiras, fazer o que fizeram é crime. O Art. 208 do Código Penal (Lei nº 2.848) define como crime de ódio, escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; … vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso. Porque tanto ódio só contra os evangélicos? Porque não enfiaram no ânus um alcorão?
A segunda questão que me preocupa é a de que órgãos como a Prefeitura de São Paulo, a Petrobras e a Caixa Econômica, no meio de toda essa crise financeira, subindo juros para o povo sofrido e cortando financiamentos, abrem seus cofres para patrocinar todo este crime e nenhum órgão de imprensa se mostra indignado? Será que só há indignação na mídia quando um pastor chuta uma imagem de barro?
É preciso entender que o movimento LGBT não mudará suas agressões e acusações. Do nosso lado cristão, sabemos que somos o lixo do mundo, escória de todos. Por isso, tenho certeza de que não é por causa de um grupo que ridiculariza minha crença e destrói os valores bíblicos que ficarei intimidado. Para mim, enquanto estiver registrado na Bíblia, a homossexualidade continuará a ser uma abominação diante de Deus, mesmo que eles não aceitem nem creiam nisso. Mas eu creio. A intolerância deles não mudará nossa fé.
Escrito por José Ernesto Conti, Presidente do Conselho Estadual das Igrejas Evangélicas do ES.