Nova medida busca restringir cirurgias e bloqueadores hormonais para crianças e adolescentes nos Estados Unidos
Por Patrícia Esteves
Uma nova ordem executiva nos Estados Unidos busca restringir o financiamento e a realização de procedimentos de mudança de sexo em menores de idade. O debate sobre o impacto dessas intervenções na saúde física e emocional das crianças tem ganhado força, levando países e estados a adotarem medidas mais cautelosas sobre o tema. O presidente Donald Trump assinou uma ordem, estabelecendo diretrizes para que o governo federal não financie, promova ou apoie cirurgias e tratamentos hormonais em menores.
O documento destaca que a política nacional deve proteger crianças de intervenções médicas que possam causar efeitos irreversíveis no desenvolvimento biológico e psicológico. “É política dos Estados Unidos não financiar, patrocinar, promover, auxiliar ou apoiar a chamada ‘transição’ de uma criança de um sexo para outro”, declara o texto oficial.
A medida afeta diretamente instituições que recebem recursos federais para pesquisa e educação, determinando que não incentivem ou realizem procedimentos de transição de gênero em menores. O documento também revoga diretrizes baseadas nas recomendações da Associação Profissional Mundial para a Saúde Transgênero, que apoiava tais procedimentos.
Riscos apontados e impacto da decisão
Entre os tratamentos mencionados na ordem estão os bloqueadores de puberdade e a administração de hormônios sexuais para alterar as características físicas do paciente. O documento classifica esses procedimentos como “mutilação química e cirúrgica” e enfatiza que os efeitos colaterais podem incluir osteoporose, transtornos de humor, esterilidade, risco de doenças cardiovasculares e comprometimento cognitivo.
“O uso desses hormônios pode fazer com que os jovens experimentem um risco maior de ataques cardíacos, derrames, diabetes, coágulos sanguíneos e cânceres ao longo da vida”, alerta um estudo do Colégio Americano de Pediatras, citado na ordem. Além disso, a ordem executiva solicita ao Departamento de Justiça que investigue estados que permitem a retirada da custódia dos pais que se opõem a esses procedimentos em seus filhos.
Contexto internacional e repercussão nos EUA
A medida segue uma tendência crescente de restrição às intervenções hormonais e cirúrgicas em menores, acompanhando decisões tomadas por países europeus como Suécia e Reino Unido, que revisaram suas diretrizes após questionamentos sobre a segurança desses tratamentos. Nos Estados Unidos, 26 estados já implementaram leis para limitar ou proibir esses procedimentos em menores, refletindo a crescente preocupação sobre o impacto dessas práticas.
A discussão sobre identidade de gênero na infância e adolescência envolve questões médicas, psicológicas e sociais, tornando-se um dos temas mais polêmicos da atualidade. A decisão do governo americano reforça o debate sobre o papel do Estado e da família na proteção da infância, levando em conta os impactos a longo prazo dessas intervenções. Com informações de Christian Post

