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quinta-feira, 28 março 2024

Tiroteio em shopping de Munique deixa ao menos 9 mortos

Até agora, não há informações sobre brasileiros entre as vítimas em Munique. O consulado do Brasil acompanha os acontecimentos.

Um atirador matou ao menos nove pessoas na cidade alemã de Munique nesta sexta-feira (22) e depois teria cometido suicídio, segundo a polícia local. Segundo a corporação, o responsável pelo ataque é um rapaz de 18 anos com nacionalidade alemã e iraniana. Pelo menos 21 pessoas ficaram feridas, sendo que 16 estão internadas, três delas em estado grave.

O jovem, que matou nove pessoas antes de se suicidar, supostamente sofria de algum tipo de transtorno depressivo, segundo as primeiras investigações, e não foram encontrados indícios que o relacionem com o Estado Islâmico (EI) ou que apontem motivações políticas ou religiosas, segundo as autoridades locais. Em entrevista coletiva em Munique, a polícia informou que está sendo investigado um perfil no Facebook que pode ter sido usado pelo jovem para convidar conhecidos para se aproximarem do restaurante onde o ataque começou. Após o tiroteio, o jovem, nascido em Munique e sem antecedentes criminais, se afastou do centro comercial e se suicidou com a mesma pistola que tinha usado, de calibre nove milímetros e adquirida de forma ilegal, já que tem o número de série raspado.

Segundo o chefe da polícia de Munique, Hubertus Andrä, o incidente teve início em uma filial do McDonald’s anexa ao shopping center Olympia, nos arredores do estádio olímpico de Munique. Depois, o atirador entrou no centro comercial. Um corpo, que seria o do criminoso, foi encontrado nos arredores do centro comercial. De acordo com Andrä, o suspeito era morador de Munique há pelo menos dois anos. Ao contrário dos relatos de testemunhas feitos mais cedo, o atirador usou uma pistola, e não uma arma de cano longo. Questionado sobre quantos tiros foram disparados e o tipo de arma usada, Andrä disse que, como a investigação está em andamento, a polícia não divulgaria estas informações.

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A primeira ligação de uma testemunha para os serviços de emergência foi registrada às 17h50 (hora local; 12h50 de Brasília) e alertava sobre um tiroteio em duas ruas próximas ao shopping Olympia, que fica em uma zona residencial e tem um total de 135 estabelecimentos. O shopping foi esvaziado. Nas redes sociais, por meio da hashtag #OffeneTür (portas abertas), moradores de Munique ofereceram abrigo aos que estavam nas ruas sem ter como se deslocar. Hotéis e até mesquitas também se dispuseram a receber os que estavam sem abrigo.

Uma grande operação de segurança foi realizada em Munique, com mais de 2.300 policiais mobilizados em toda a Alemanha, além de forças de Áustria e Suíça. Lugares públicos foram esvaziados, e a polícia pediu para que não fossem postadas imagens nas redes sociais. “Não apoie os criminosos”, escreveu a polícia. O transporte público foi suspenso e retomado no começo da madrugada (hora local). Vários agentes rodearam o centro comercial e helicópteros sobrevoaram a região. O estabelecimento fica próximo do local onde um comando palestino fez atletas israelenses de reféns durante os Jogos Olímpicos de 1972.

Tiroteio em shopping de Munique deixa ao menos 9 mortos

Através de sua conta na rede social Twitter, a polícia da capital da Bavária informou sobre o a articulação de uma grande operação em torno do centro comercial e pediu aos moradores que permanecessem em suas casas e saíssem das ruas da região. A região foi isolada, o metrô foi fechado e segundo testemunhas citadas pela imprensa local ainda há clientes refugiados nas lojas do complexo. Os serviços de bondes e linhas de ônibus também foram suspensos. “Como a situação ainda não está clara, pedimos a todas as pessoas na cidade que permaneçam em casa ou que busquem proteção em prédios próximos”, pediu a polícia local.

Mais cedo, autoridades buscavam três atiradores. Segundo Andrä, duas pessoas vistas deixando o local dos ataques em um veículo inicialmente foram consideradas suspeitas, mas foram descartadas com base nas imagens de câmeras de segurança. A polícia acredita que o atirador agiu sozinho. A polícia disse não conseguir confirmar, no momento, a veracidade dos relatos de que o atirador teria gritado “Eu sou alemão” durante o ataque, e pediu para que os cidadãos enviem vídeos do momento à corporação. Autoridades estimam que mais de 100 pessoas tenham testemunhado o tiroteio.

As autoridades não têm indícios da motivação do ataque. Até o momento, nenhum grupo assumiu a autoria do atentado. E chefe de polícia afirmou que não havia mais perigo em Munique. A chanceler Angela Merkel ainda não se manifestou publicamente sobre o ataque em Munique, mas comandará neste sábado (23) uma reunião de emergência do conselho de segurança alemão. Pelo Facebook, o governo alemão se disse solidário às vítimas e pediu compreensão por não poder emitir “opiniões nem especulações”. Peter Altmaier, um dos assessores mais próximos de Merkel, declarou a um programa de TV alemão que nenhuma hipótese está descartada. O presidente alemão, Joachim Gauck, afirmou em nota oficial estar “profundamente chocado” com o ocorrido.

A Alemanha está em estado de alerta desde que um jovem de 17 anos invadiu um trem em Wurzburg e atacou com um machado os passageiros na última segunda-feira (18). No episódio, quatro pessoas ficaram feridas e o atacante, que teria jurado lealdade ao grupo terrorista Estado Islâmico, foi morto pelos policiais. Até o momento, a polícia alemã disse não ter identificado qualquer indício de extremismo islâmico como motivação para o ataque. Apesar disso, uma testemunha afirmou à CNN ter visto um atirador gritando “Alá é grande” antes de disparar sua arma. Por outro lado, uma outra testemunha disse à TV alemã RTL ter ouvido o atirador gritar “estrangeiros de m*rda”, dando margem a um ato cometido por um militante de extrema-direita. A Alemanha tem sido palco de um avanço dessa ideologia, principalmente depois de o governo Merkel instituir medidas para facilitar o acolhimento de refugiados vindos do Oriente Médio e da África em meio à crise de imigração na Europa.

Prévia
Grupos simpatizantes ao Estado Islâmico (EI, ex-Isis) trocaram mensagens pela rede Telegram afirmando que este ataque na Alemanha é uma “prévia” do que está por vir nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. “Alertas postados em grupos pró-Isis alertam que esse é um sinal indireto para os próximos ataques na Olimpíada do Rio”, escreveu em sua conta no Twitter a empresa de cyber inteligência Global Intelligence Insight. Ainda de acordo com a Global, que monitora tanto as redes sociais dos grupos terroristas como o conteúdo existente na chamada “deep web”, os jihadistas ainda alertam para o Ocidente “para com os ataques da coalizão ou eles vão atacar diariamente”.

Atentado de 1972 – Munique foi palco do maior atentado da história dos Jogos Olímpicos. No dia 5 de setembro de 1972, um grupo de terroristas palestinos da organização Setembro Negro invadiu a Vila Olímpica de Munique e ingressou nos dormitórios da delegação israelense. Duas pessoas foram assassinadas imediatamente e outras nove foram feitas reféns do grupo. Os terroristas pediram a libertação de 200 árabes prisioneiros em Israel e ameaçaram executar dois reféns a cada hora. As competições tiveram que ser suspensas, enquanto seguiam as negociações entre os palestinos e as autoridades alemãs. A Vila Olímpica foi cercada por 4.000 policiais. Com a chegada da noite, a polícia convenceu o comando a seguir para o Cairo (Egito). Dois helicópteros partiram com os oito palestinos e os nove reféns em direção ao aeroporto militar. Na chegada ao aeroporto, a polícia lançou um ataque que resultou na morte de 18 pessoas, entre elas os nove reféns, cinco terroristas palestinos, um policial e o piloto de um dos helicópteros.

Na última quinta (21), agência de monitoramento de terrorismo SITE informou que um canal de extremistas do aplicativo Telegram citou o atentado em Munique-1972 como exemplo para que terroristas possam fazer atentados nas Olimpíadas do Rio de Janeiro.

Imagens: Getty/EFE/Arquivo Público

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