Tropa de choque do governo tenta aprovar reforma trabalhista antes de o presidente ser formalmente denunciado pela PGR.
O governo decidiu priorizar a aprovação da reforma trabalhista no Senado. Isso porque o Palácio do Planalto e aliados já admitem a possibilidade de o procurador geral da República, Rodrigo Janot, apresentar denúncia ao Supremo Tribunal Federal contra o presidente Michel Temer (PMDB).
E a equipe de governo quer que a reforma seja aprovada antes da formalização da denúncia. Já a votação da reforma da Previdência deve ficar para depois.
Governistas apostam que Janot irá encaminhar a denúncia ao fim do julgamento da chapa
Dilma-Temer no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), previsto para ser encerrado nesta sexta-feira. A expectativa do placar é de 3 votos favoráveis à cassação da chapa e 4 contrários, resultado que, se confirmado, mantem Temer na Presidência.
Há duas possibilidades em relação a denúncia. A primeira é Janot aguardar a perícia da gravação da conversa entre Joesley Batista e Temer. E a segunda enviar a denúncia até mesmo sem a fita. A equipe de governo torce para que ele espere a perícia, a fim de que haja mais tempo para andar com o processo da reforma.
RÉU
Temer é alvo de inquérito no STF, derivado de delação premiada do empresário da
JBS Joesley Batista, por suspeita de envolvimento nos crimes de corrupção, obstrução à justiça e organização criminosa.
Mesmo sem data definida para a conclusão da perícia do áudio que impulsionou o inquérito, Temer tem até esta sexta-feira para responder 82 perguntas enviadas pela Polícia Federal. Boa parte delas para explicar sua relação com o ex-assessor e ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB/PR), preso no último sábado (3).