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sexta-feira, 19 abril 2024

Tailândia: obra missionária onde não há evangelho

Tailandia
Kelsimom é Goiano e Adriana é Paranaense, são pais de dois filhos, Lukas e Ághata. Estão em missões em tempo integral desde 1993. Foto: reprodução

“Quase 100% dessas crianças nunca tinham ouvido nada sobre o evangelho antes”

Por Marlon Max

Na linha de frente da expansão do evangelho na Tailândia está o casal de brasileiros Kelsimon e Adriana Fiuza. Desde 2013 eles atuam como missionários no país com menos de 0,1% de população cristã. Com maioria budista, dados apontam que existem cerca de apenas 6 mil igrejas cristãs na Tailândia.

Para avançar no ensino do evangelho, o casal e sua equipe precisaram ser criativos e estarem prontos para servir o povoado do extremo norte do país, conforme as necessidades de cada vila.

“Nós entendemos que o Senhor nos chamou para sermos Missionários entre os Povos Inalcançados — onde não existe cristão nenhum ou menos de 2% da população confessa o evangelho, e nosso sonho e oração é que cada vila em nossa região na Tailândia tenha uma Igreja que adoram a Jesus de todo seu coração e cumpram fielmente o chamado de Jesus para eles como Igreja”, expressa Kelsimon Fiuza que já liderou e participou de trabalhos missionários em mais de 30 países.

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Além das dificuldades de apresentar o evangelho para quem nunca ouviu falar de Cristo, Kelsimon, que além de missionário é formado em pedagogia, conta que o primeiro desafio foi aprender a língua local.

“Países como Tailândia a língua é muito difícil, e existem dezenas de outras línguas além da oficial, e se o missionário não se dedicar e se doar por muitos anos não aprenderá o idioma e dificilmente conseguirá ser frutífero”, esclarece.

Os missionários relembram que assim que chegaram ao país perceberam que seria necessário muita criatividade para falar de Jesus. “As dificuldades nos fazem depender muito de Deus, pois as estratégias tradicionais e os caminhos para se ensinar o Evangelho não funcionam aqui. E isso gera esta dependência de Deus em entendermos como precisamos nos portar e quais caminhos utilizar”.

Projeto social e serviço comunitário

Futebol, aulas de inglês, música e pintura. Essas são algumas das atividade desenvolvidas pela equipe que atua em Mae-Ai, no interior da Tailândia. Além disso, o grupo já desenvolve cultos de louvor e adoração em diversas vilas na região. O avanço do evangelho parece ser pequeno e lento, mas considerando que 88% da população se autodenomina budista, se coloca em perspectiva a grandeza do que está sendo feito a partir desse time de cristãos.

“Tentamos aproveitar todas as oportunidades que nos vem às mãos, e por isto temos várias iniciativas, como reuniões de louvor, oração, ensino de histórias Bíblicas, brincadeiras e, claro, um lanche para crianças e adolescentes. Quase 100% destas crianças nunca tinham ouvido nada sobre o Evangelho antes”.

Com quase 30 anos de trabalho missionário em tempo integral, Kelsimon Fiuza percebeu rápido que servir pessoas seria a chave para ganhar o respeito da comunidade e fazer amigos. Com a expansão do trabalho e com novos missionários chegando, o time dedicou anos para construir um centro social chamado “The Tree of Life” (ou Árvore da vida, em português). O missionário conta que também busca ajudar com bolsas de estudos anuais as famílias que não têm condições de matricular os filhos nas escolas.

“A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos”

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Crianças e adolescentes são alcançados pelo evangelho através de trabalhos comunitários Foto: reprodução

Foi desta forma que Jesus explicou a dificuldade de expandir o ministério para os discípulos, na passagem de Marcos 9:37. O mesmo acontece em diversas frentes missionárias ainda hoje. O projeto liderado pelos brasileiros no norte da Tailândia é apenas um dos vários exemplos de como o mundo ainda carece de mão de obra missionária.

Em localidades onde não existem igrejas ou ensino da palavra de Deus, se faz necessário um trabalho consistente e a longo prazo. O centro social The Tree of Life é um braço a agência missionário Jovens Com Uma Missão (Jocum).

De acordo com o missionário Fiuza, o projeto está aberto para receber cristãos empenhados em levar as boas novas. Mas ressalta a importância do compromisso a longo prazo.

“O maior desafio é o recurso humano … pessoas. Estamos vivendo em um tempo onde quem se levantam para vir ao campo missionário querem apenas ter experiências, viver uma aventura com Deus, e acabam ficando pouco tempo e mudam de campo”, desabafa Kelsimon e alerta sobre sobre os prejuízos que isso trás para a causa de Deus. “Posso dizer que isto atrapalha o avanço do Reino de Deus entre os povos inalcançados, principalmente no interior de países Asiáticos e Africanos, pois são lugares mais difíceis para se viver, e os jovens missionários se cansam rápido do trabalho e vão embora”, lamenta.

Água para os sedentos

Em uma vila da Etnia Palaung — uma das vilas mais pobres da região e sem a presença de nenhum Cristão, há quatro anos os missionários começaram uma célula para crianças. Fiuza conta que se tornou amigo do líder da vila.

Segundo o missionário, sua equipe identificou que aquele lugarejo não tinha acesso à água encanada. “Na época da seca a água diminui, e só tem água por uma hora por dia. Os moradores utilizam um poço artesiano no centro da vila. A água é usada para beber e cozinhar, mas não era potável. Isso me chamou a atenção. Então comecei a orar, ofereci ajuda ao líder da vila”, conta.

Decidido a solucionar o problema daquela vila, Fiuza relata que uma irmã de Macau, China, enviou recursos para criar uma barreira de água na montanha e reservatórios. Desde então o povoado tem água constante e potável. “Temos nos relacionado com as famílias nesta vila. Mesmo após todo esse tempo, ainda não temos nenhum convertido, mas cremos que o Senhor está realizando algo lindo no meio deste povo”, declarou o missionário.

Serviço

Tanto o centro comunitário The Tree of Life quanto a organização missionária Jocum recebem cristãos de qualquer denominação que queiram apoiar o trabalho na Tailândia. Através do site da organização também é possível contribuir financeiramente.

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